A dois dias do início da obrigatoriedade de extintores ABC nos veículos, faltam equipamentos no mercado. A estimativa do Sindicato do Comércio Varejista de Veículos e de Peças e Acessórios no Estado (Sincopeças) é de que a demanda seja plenamente atendida somente em fevereiro.
O vice-presidente do Sincopeças, Marco Antônio Vieira Machado, explica que as lojas de autopeças começaram a relatar a falta dos extintores ABC há cerca de uma semana. Machado garante que houve reforço na produção das fábricas e na aquisição dos produtos por parte das lojas, mas avalia que houve um aumento significativo da demanda.
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O vice-presidente do Sindicato ainda justifica o problema pela falta de manutenção da frota de veículos no Estado. Marco Antônio Machado destaca que a resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que exige os extintores ABC é de 2009, mas que os motoristas deixaram para adquirir os equipamentos na última hora.
"Houve aumento de produção, talvez não se esperasse uma demanda tão grande. Talvez uma outra leitura que a gente tem que fazer sobre isso é o seguinte, assusta a falta de manutenção da frota. Tem muita gente procurando extintor agora porque está com ele vencido há muito tempo. É um medo do aumento de fiscalização a partir de janeiro", comentou.
Problema de oferta e procura
O vice-presidente do Sincopeças destaca que há um problema de oferta e procura no mercado, apesar da preparação das fábricas, distribuidores e lojas de autopeças. Marco Antônio Machado exemplifica o problema com a experiência da empresa dele.
"Eu mesmo tenho uma empresa, recebi um último lote no início de dezembro, a venda foi oito vezes acima do padrão normal. Eu tripliquei a minha compra e ela não deu sequer vencimento. Quando fui colocar na fábrica um novo pedido, já não tinha mais programação para dezembro, só para a segunda metade de janeiro", relatou.
Mudanças
A partir desta quinta-feira (1º), os motoristas que não possuírem extintor ABC no seu veículo estarão cometendo uma infração grave. A punição é uma multa de R$ 127,69, além de cinco pontos na carteira de motorista. Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), os equipamentos do tipo ABC garantem maior segurança aos motoristas e passageiros, já que são mais modernos e controlam todas as classes de incêndio. O pó especial combate princípios de fogo em materiais sólidos, líquidos inflamáveis e equipamentos energizados. Os extintores do tipo BC combatem incêndio em líquidos inflamáveis e equipamentos elétricos.
Preços
O preço médio de um extintor de incêndio do tipo ABC é de R$ 70. O vice-presidente do Sincopeças, Marco Antônio Machado, relata que alguns comerciantes estão cobrando até R$ 100 pela baixa oferta no mercado e aumento da procura.
* Rádio Gaúcha