O Café do Lago está mais uma vez fechado. Situado em uma área nobre do Parque Farroupilha (Redenção), em Porto Alegre, o espaço funcionou de dezembro de 2013 até setembro de 2014, quando o seu administrador, Luiz Carlos Saraiva, chegou à conclusão de que não era viável economicamente e o fechou. Agora, quer devolvê-lo à prefeitura.
Antes do final de 2013, o café havia ficado três anos fechado para reformas que adequariam o estabelecimento às novas determinações do edital da licitação de 2010. O horário de funcionamento foi definido entre 8h e 22h, na categoria cafeteria - antigamente o espaço funcionava até mais tarde, com música, o que causou reclamações de moradores do entorno devido ao barulho. Esse limite de operação é considerado por Saraiva um motivo para o fraco desempenho comercial:
- Tivemos que fechar o bar por um problema operacional de viabilidade, em questão de horário. Foi um investimento alto que ficou inviável. Durante o dia, o parque fica vazio. No fim de tarde, quando está quente, o pessoal começa a frequentar. Aí, no verão (quando o público é maior), anoitece perto das 21h e às 21h30min tem que restringir a entrada porque tem que fechar às 22h.
Saraiva contou que comprou a operação do concessionário anterior e investiu muito nas reformas. No total, seu prejuízo (e dos sócios) chegou a R$ 200 mil, revela. Ele cita que o edital era muito rigoroso, impedindo sequer a instalação de um fogão no local. Outro problema é a insegurança na região, especialmente à noite. Saraiva disse que a fiação era constantemente furtada, e por isso tinha que manter um gerador. Procurou quatro ou cinco possíveis gestores para assumir o negócio, mas nenhum quis, relatou.
Foto: Luiz Armando Vaz
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) informou que "tinha conhecimento do abandono do Café do Lago há algum tempo, tanto que em 12 de setembro foi solicitado apoio da Assessoria Jurídica da Smam no sentido de revogar a permissão de uso por abandono".
Em 26 de setembro, o processo foi encaminhado para a Procuradoria-Geral do Município (PGM), que retornou à Smam em 6 de outubro solicitando documentos para a revogação. Em 10 de novembro, o permissionário foi notificado a se defender quanto à revogação da permissão. O prazo para a defesa, de 10 dias, terminou em 20 de novembro, sem resposta, conforme a Smam. Nos próximos dias, o processo voltará à PGM para que a permissão seja definitivamente revogada. Depois disso, a Smam irá avaliar a utilização do espaço com atividade comercial e decidir se abrirá nova licitação.
Foto: Luiz Armando Vaz