Mesmo com prazo judicial e multa, a Secretaria de Habitação e Saneamento do Rio Grande do Sul (Sehabs) afirmou que não existe prazo para que a Brigada Militar realize o processo de reintegração de posse da área ocupada por invasores na Zona Norte de Porto Alegre. São 450 famílias que residem na área, que é privada, e formam a Cooperativa Habitacional Marcos Klassmann. A Justiça gaúcha concedeu no início da segunda quinzena do mês, prazo de 15 dias para que a Brigada Militar cumprisse a decisão.
Segundo a secretaria, atualmente 8 mil pessoas ocupam áreas que passam por processos similares. A Justiça decretou urgência em pelo menos 10 pedidos, coinforme o secretário. A primeira liminar determinando a reintegração de posse da área é de outubro de 2012. A nova decisão, estipulando um prazo foi concedida pelo juiz Jorge Alberto Vescia Corssac, da Vara Cível do Foro Regional Alto Petrópolis. Na decisão, classificou a situação como "intolerável". O Secretario de Habitação e Saneamento do estado, Marcel Frison, criticou as decisões judiciais de reintegração de posse.
"Nós não vamos fazer reintegração de posse conforme a decisão de um juíz. Não é possível. Qual o juíz que tem mais razão? Da ocupação A ou da ocupação B? Nós não podemos parar toda a Brigada Militar para fazer uma reintegração de posse. Temos que fazer dentro de um cronograma que está sendo discutido. Esse pedido (...) está no bule de vários outros juízes que estão fazendo a mesma coisa. (...) Queremos discutir com o presidente do tribunal novamente para que possamos organizar isso para que acontece de uma maneira humanizada e não ao sabor do vento das decisões judiciais", contestou o secretário.
As primeiras famílias a chegaram ao terreno entre julho e agosto de 2012. A Rádio Gaúcha procurou a Brigada Militar que afirmou que casos de reintegração de posse são tratados exclusivamente pela Secretaria de Habitação e Saneamento do Rio Grande do Sul.