O contraste entre a baixa presença de manifestantes contra a Copa e o denso reforço policial chamou a atenção no protesto desta segunda-feira do Bloco de Luta pelo Transporte Público em Porto Alegre. Foram pouco mais de cem manifestantes, segundo contagem de repórteres, e mil policiais militares (PMs), conforme a Brigada Militar (BM).
Marcado para o meio-dia, o evento, chamado 23J, começou mesmo perto das 14h. O grupo, sempre entoando cânticos contra a Copa, seguiu um roteiro já tradicional, até o Camelódromo e de lá tomando a Avenida Borges de Medeiros. No trajeto, houve dois estouros, mas provavelmente eram rojões disparados por torcedores prontos para assistir à partida decisiva da primeira fase da Copa, entre Brasil e Camarões, em Brasília.
Praticamente todos os acessos no caminho da Borges estavam fechados pela Tropa de Choque da BM. Policiais também se posicionaram em frente a estabelecimentos atacados em protestos recentes, como empresas de telefonia e bancos.
Sem muitas opções de trajeto, o Bloco seguiu até o bairro Cidade Baixa, encerrando a manifestação sem conflitos com a BM ou depredações. Ao final, um manifestante acabou detido porque foi flagrado por PMs esvaziando os pneus de uma viatura. Oro Mendes, da Comissão de Comunicação do Bloco de Luta, disse que depois da Copa o movimento deve retomar os protestos pela gratuidade do transporte público. Sobre a baixa presença de manifestantes, citou a repressão policial como principal causa:
- A nossa ideia era que (os protestos) continuassem se massificando, mas o número de pessoas tem diminuído. A gente acredita que isso se deve a uma série de fatores, mas principalmente à repressão brutal da BM.