O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, analisa, pessoalmente, um relatório enviado pela governadora do Maranhão, Roseana Sarney, sobre a situação do sistema carcerário do Estado. Ele pode pedir a interdição da penitenciária de Pedrinhas ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesta quarta-feira (8), a Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu nota pedindo uma investigação imediata dos casos de violência e lamentando o terrível estado das prisões brasileiras. A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, define com representantes do Ministério Público Federal, OAB e órgãos jurídicos, medidas a serem tomadas em relação à sequencia de mortes na penitenciária, localizada em São Luís do Maranhão.
A preocupação com a série de execuções, maioria em virtude de briga entre facções criminosas, aumentou após a divulgação de um vídeo pelo sindicato dos agentes penitenciários, que mostra presos comemorando a decapitação de rivais. O grupo poderá ir ao Maranhão cobrar providências.
Pedrinhas é o maior complexo penitenciário do Maranhão. Cumprem pena no local, atualmente, cerca de 2,2 mil presos, quando a capacidade é para somente 1,7 mil. Toda essa barbárie, desde o início do ano passado, quando 62 presos foram assassinados dentro do complexo prisional, vem sendo cometida em um local insalubre, sem higiene, com regras próprias, além de uma superlotação de 30%.
Segundo informações da Superintedência de Serviços Penitenciários (Susepe), o Presídio Central, em Porto Alegre, com capacidade para 2.069 presos, tem, atualmente, 4.470 detentos. A superlotação não é de 30%, mas, de 116%.
Em meio ao caos, que levou a Força Nacional de Segurança a deslocar homens para reforço no Maranhão, a governadora Roseana Sarney (PMDB) abriu licitação para abastecer a residência oficial e a casa de praia com 80 quilos de lagosta fresca e camarão.