A Me Too Brasil, organização que presta apoio a vítimas de violência sexual, confirmou ter recebido relatos de assédio que envolvem o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. Ele nega.
A existência dos relatos foi revelada pelo portal Metrópoles. Em nota, a Me Too afirmou que os casos chegaram até a organização “por meio dos canais de atendimento” da entidade e “receberam acolhimento psicológico e jurídico”.
Um dos casos, segundo o Metrópoles, envolveria uma colega de Almeida na Esplanada, a ministra da Igualdade Racial Anielle Franco. A reportagem afirma que o assédio teria ocorrido ao longo do ano passado por meio de toques nas pernas, beijos inapropriados e expressões chulas, com conteúdo sexual.
Procurada, a ministra não quis comentar o assunto. A Me Too informou que as mulheres que acionaram a organização pediram anonimato e não confirmou se Anielle está ou não entre as autoras dos relatos.
“Ilações absurdas”
Em nota na noite desta quinta-feira (5), Almeida referiu-se aos relatos como “ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar”. “Confesso que é muito triste viver tudo isso, dói na alma. Mais uma vez, há um grupo querendo apagar e diminuir as nossas existências, imputando a mim condutas que eles praticam. Com isso, perde o Brasil, perde a pauta de direitos humanos, perde a igualdade racial e perde o povo brasileiro”, escreveu.
Advogado e professor, Almeida foi presidente do Instituto Luiz Gama, entidade voltada à defesa jurídica das minorias e de causas populares.
Oposição pede afastamento
A senadora e ex-ministra Damares Alves (PL-DF) fez publicação em rede social na qual pede "imediato afastamento" de Almeida.
Segundo o jornal O Globo, o também senador e ex-ministro Ciro Nogueira (PL-PI) foi outro a pedir que o ministro deixe o cargo.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também fizeram publicações comentando as suspeitas.