A decisão judicial que obriga o IPE Saúde a adotar a tabela antiga de remuneração para 13 hospitais pode impactar diretamente a forma de remuneração das mais de 240 instituições hospitalares vinculadas ao plano. O impasse operacional causado pela decisão judicial foi detalhada, nesta terça-feira (2), pelo presidente do IPE Saúde, Paulo Afonso Oppermann.
Segundo ele, o sistema de remuneração dos hospitais só permite a adoção de uma tabela, para garantir isonomia a todas as instituições de saúde. Com a decisão judicial, favorável a 13 instituições, o plano agora busca ajustar o sistema para tentar evitar a reversão completa do novo formato de remuneração.
— Neste momento, nós temos um problema que o nosso sistema operacional não consegue rodar os dois modelos (de remuneração) ao mesmo tempo, do modelo conquistado pelos 13 hospitais e o modelo aceito pelos outros 240 hospitais. Então temos aí um problema técnico que nós vamos ter de equacionar. Ainda não sabemos bem como atender aos dois grupos — disse o presidente do IPE Saúde, Paulo Afonso Oppermann, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, garantindo que a instituição vai recorrer da decisão.
A nova tabela de remuneração do IPE Saúde entrou em vigor na segunda-feira (1º). Durante a tarde, decisão judicial freou a validade dos novos valores pagos pelo IPE Saúde para 13 hospitais de referência do Estado — instituições que atendem a mais de 60% da demanda do IPE Saúde no Estado, segundo a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do RS (Federação RS).
Os estabelecimentos projetam perdas de R$ 154 milhões ao ano com a nova tabela. A estimativa contraria um recente estudo do governo do Estado.