Preso preventivamente desde o dia 22 de março, o tenente-coronel Mauro Cid, teve sua possibilidade de promoção vetada pela Comissão de Promoções de Oficiais (CPO) do Exército. Segundo o parecer da Comissão, Cid não pode concorrer à vaga por merecimento porque a Lei de Promoções dos Oficiais da Ativa das Forças Armadas (LPOAFA) prevê que o militar preso cautelarmente não pode ser incluído em qualquer quadro de acesso, enquanto não tiver sua prisão revogada.
Além disso, Cid não poderia permanecer na fila de ascensão na carreira pois, de acordo com o Regulamento da Lei de Promoções dos Oficiais da Ativa das Forças Armadas, o militar fica "impedido temporariamente para a promoção, caso esteja suspenso de exercer as atividades específicas de sua arma, quadro ou serviço, mesmo em caráter provisório." O resultado das promoções será divulgado em um comunicado interno no dia 29 de abril.
O ex-ajudante de ordens é alvo de investigação nos inquéritos que apuram tentativa de golpe de Estado e venda ilegal de joias sauditas recebidas pelos ex-presidente. Em março, Cid, junto com Bolsonaro e outras 15 pessoas, foi indiciado pela Polícia Federal por fraude nos cartões de vacina.
Ele chegou a ser solto após firmar um acordo de delação premiada. Contudo, após serem revelados na imprensa áudios em que ele aponta que teria sofrido coação para fazer as declarações na colaboração premiada, foi chamado a depor e preso novamente. Nesse novo depoimento, negou que tenha sofrido pressão para delatar por parte da Polícia Federal.
Entre os outros quatro tenentes-coronéis investigados nos inquéritos e que estavam na fila da promoção, dois (Hélio Ferreira Lima e Guilherme Marques de Almeida) também foram vetados pela Comissão de Promoções de Oficiais de neste momento concorrer a um posto superior no Exército. Os outros dois não seriam promovidos agora.