Em discurso feito no encerramento do encontro da Comunidade do Caribe (Caricom) em Georgetown, na Guiana, nesta quarta-feira (28), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou medidas para aproximar o país do Caribe. Entre os acenos diplomáticos, Lula comentou aportes de recursos brasileiros na região, além de investimentos em obras transnacionais. As informações são do jornal Estado de S.Paulo.
Apesar de não citar valores, o presidente prometeu injetar dinheiro em um fundo de desenvolvimento caribenho. Lula também anunciou o investimento de US$ 17 milhões para a construção de um centro profissionalizante para jovens no Haiti. Outro plano proferido pelo presidente foi o de pavimentar as estradas que conectem o Brasil aos países sul-americanos que têm ligação direta com o Caribe - Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela. Com isso, os territórios brasileiros que teriam algum tipo de impacto seriam os do Amapá, Roraima, Amazonas e Pará.
— Nosso maior obstáculo é a falta de conexões, seja por terra, por mar ou pelo ar. Uma das rotas de integração e desenvolvimento prioritárias para meu governo é a do Escudo Guianense, que abrange a Guiana, o Suriname e a Venezuela. Queremos, literalmente, pavimentar nosso caminho até o Caribe. Abriremos corredores capazes de suprir as demandas de abastecimento e fortalecer a segurança alimentar da região — prometeu Lula.
No discurso, Lula sinalizou ainda que planeja retomar o financiamento da exportação de bens e serviços de engenharia por empresas brasileiras contratadas por governos estrangeiros para obras no exterior. Afirmou que, com isso em vista, mandou um projeto de lei ao Congresso para a retomada de operações a países não-endividados, ou com dívidas renegociadas.
Nos governos anteriores do PT, obras com linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) realizadas por empreiteiras na América Latina e na África foram alvos de investigação ao longo da operação Lava-Jato. Em 2016, as linhas de crédito foram suspensas em razão de escândalos de corrupção. No entanto, o Brasil segue como credor e busca receber recursos de Cuba, Venezuela, El Salvador e Antígua e Barbuda.
O objetivo da viagem de Lula a Guiana é recuperar a influência política e econômica brasileira no Caribe.