Em passagem pelo Rio Grande do Sul, o ex-presidente Jair Bolsonaro abonou a ficha de filiação de um grupo de políticos gaúchos que está ingressando em seu partido, o PL. Os principais reforços da legenda são o prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal, e o vereador de Caxias do Sul Maurício Scalco, pré-candidato a prefeito.
O ex-presidente discursou por 10 minutos ao público que lotou a Casa do Gaúcho, no Parque de Exposições Assis Brasil. No pronunciamento, defendeu sua gestão, criticou o governo Lula e estimulou candidaturas do PL na eleição municipal de 2024.
— Vamos fazer do PL, aqui no Rio Grande do Sul e no Brasil, um grande partido, em que vocês possam confiar nos seus representantes. Não se desanimem quando um ou outro pisa na bola em nosso partido, eles ficarão pelo caminho e os bons prosseguirão — declarou.
No palco, ao lado de deputados estaduais e federais do PL, Bolsonaro passou quase todo o tempo assinando fichas de filiação e tirando fotografias com admiradores.
Na chegada e na saída, houve empurra-empurra e agitação, com diversas pessoas tentando tirar selfies com o ex-presidente. Ele deixou o evento sem atender a imprensa e foi direto ao Parque Moinhos de Vento, em Porto Alegre, para um ato público com apoiadores.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que também está no Rio Grande do Sul, não foi a Esteio. Ela esteve em um hotel na Capital para um evento fechado com mulheres do PL.
Ataque a Lula
Em seu curto discurso no Parque Assis Brasil, Bolsonaro também questionou as decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornaram inelegível. Nesse momento, afirmou que o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, se reuniu com traficantes no Rio de Janeiro:
—Um primeiro crime (atribuído pelo TSE) foi reunir-se com embaixadores. O outro se reúne com traficantes em uma comunidade no Rio de Janeiro e não tem problema.
Bolsonaro tem repetido essa versão desde a campanha eleitoral mas, até o momento, não há provas que sustentem a afirmação. Lula esteve no Complexo do Alemão, no Rio, durante o período eleitoral, mas não há indícios de que tenha se encontrado com criminosos.
Na ocasião, o petista usou um boné com a sigla CPX, abreviação da palavra "complexo", mas apoiadores de Bolsonaro fizeram uma associação ao termo "cupinxa", que seria usado por facções.
Migração
Anfitrião do evento, o prefeito de Esteio deixou o PP e é cotado para concorrer a deputado — ou até mesmo governador — pelo PL em 2026. Pascoal disse, porém, que ingressa na legenda como "soldado".
— Entro no PL para trabalhar já em 2024 para o fortalecimento da sigla aqui no Rio Grande do Sul. É isso que vai ser o lastro da caminhada que teremos em 2026.
Além de Pascoal, assinou ficha no partido de Bolsonaro o Secretário de Desenvolvimento Econômico Felipe Costella, egresso do MDB. Filho do secretário estadual de Transportes, Juvir Costella (MDB), Felipe será o candidato da situação na sucessão de Pascoal.
Presidente estadual do PL, o deputado Giovani Cherini disse que a legenda pretende eleger 100 prefeitos no Rio Grande do Sul em 2024.
Veja a lista de novos filiados ao PL
Prefeitos
- Leonardo Pascoal (Esteio)
- Ademir Dal Pozzo (Nova Araçá)
Vice-prefeitos
- Alex Bora (Parobé)
- Dilmar Loro (Alto Alegre)
- Marcio Rech (Flores da Cunha)
Pré-candidatos a prefeito
- Maurício Scalco (Caxias do Sul)
- Felipe Costella (Esteio)
- Marciano Abadie (Barra do Quaraí)
- Lauri Ott (Três Coroas)
- Cristian Muxfeld (Salvador do Sul)
- Juliano Souto (Novo Hamburgo)
- Mahmoud Amer (São Lourenço do Sul)
- Gisa Weber (Torres)
- Edimilson Guelem (São Valentim do Sul)
- Edson Schroeder (Mormaço)
- Cristiano Zart (Osório)