A Polícia Federal aceitou a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com o portal G1, o Supremo Tribunal Federal (STF) vai decidir se aceita ou não o acordo.
Antes disso, o Ministério Público Federal (MPF) precisará ser ouvido para saber quais as condições para a delação ser firmada. Cid está há 20 dias prestando depoimentos à PF.
O ex-ajudante é suspeito de participar da tentativa de trazer de maneira irregular para o Brasil joias — avaliadas em R$ 16,5 milhões — recebidas pelo governo Bolsonaro como presente da Arábia Saudita, além de:
- tentar vender ilegalmente presentes dados ao governo Bolsonaro por delegações estrangeiras em viagens oficiais;
- participar de uma suposta fraude de carteiras de vacinação de Bolsonaro e da filha de 12 anos do ex-presidente;
- envolvimento nas tratativas sobre possível invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pelo hacker Walter Delgatti Neto, para desacreditar o sistema judiciário brasileiro;
- envolvimento em tratativas sobre um possível golpe de estado.
Pelo fato de Cid estar sendo investigado em mais de um caso, ainda não há informação sobre o foco da delação.
Quem é Mauro Cid
Tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de Jair Bolsonaro, Cid teve livre acesso ao gabinete presidencial, ao Palácio da Alvorada e até mesmo ao quarto ocupado pelo ex-chefe do Executivo nos hospitais, após cirurgias.
Seu nome ganhou atenção depois que vieram à tona suas conversas no WhatsApp com o blogueiro Allan dos Santos, no inquérito aberto para investigar a organização e o financiamento de atos antidemocráticos.
Durante o governo Lula, Cid foi considerado o pivô da demissão do então comandante do Exército, general Júlio César de Arruda.