O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (1º) que escolherá um procurador-geral da República (PGR) que não faça "denúncias falsas", e decidirá o nome "no momento certo." Lula mencionou a operação Lava Jato, que o levou para a cadeia em 2018. De acordo com ele, o resultado da operação foi o "maluco beleza que governou esse país por quatro anos".
— Eu sempre tive o mais profundo respeito pelo Ministério Público. É uma das instituições que eu idolatrava nesse país. Depois dessa quadrilha que o (Deltan) Dallagnol montou, eu perdi muita confiança. Eu perdi porque foi um bando de aloprados que achavam que iriam tomar o poder, atacando todos ao mesmo tempo.
De acordo com a Folha de São Paulo, Lula disse que terá mais cuidado na escolha do chefe da PGR e que irá conversar bastante, irá atrás de informações sobre as pessoas que ele avalia para o cargo.
—Vou discutir se é homem, se é mulher, se é negro, se é branco. Tudo isso é um problema meu. Dentro da minha cabeça. Quando eu tiver um nome, eu indico. Se der errado, paciência. Vou tentar escolher o melhor.
O atual procurador-geral da República, Augusto Aras, fica no cargo até setembro. Lula terá de escolher seu sucessor. Setores da aliança do presidente defendem uma recondução de Aras. Lula falou no programa Conversa com o Presidente, produzido pelo Canal Gov e transmitido nas redes sociais como uma live do petista.
Reforma ministerial
Lula também afirmou que não fará "política do é dando que se recebe" na reforma ministerial que planeja. O apelido irônico que a relação rejeitada na fala de Lula tem nas rodas de poder é "política franciscana".
O presidente afirmou que fará uma aliança de governabilidade. Segundo ele, ainda não foram realizadas as conversas com os partidos sobre o assunto.
Essas negociações, disse Lula, ainda devem ser feitas. Depois, ele decidirá pelas alterações. O presidente não disse, mas o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, tem tido conversas sobre o tema com os partidos interessados.
Devem ganhar ministérios os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). Ambos são do grupo conhecido como centrão. Lula, porém, diz que negocia com as legendas, e não com o bloco.