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Placar em 2x1
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Em seu primeiro voto no STF, Zanin se posiciona a favor do mecanismo do juiz de garantias

Medida prevê que magistrado responsável pela sentença não seja o mesmo que analisa cautelares durante o processo criminal; julgamento foi suspenso e volta na próxima quarta-feira

Agência Brasil

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou, nesta quinta-feira (10), a favor da implantação do mecanismo do juiz de garantias pelo Judiciário de todo o país. O modelo prevê que o magistrado responsável pela sentença não seja o mesmo que analisa as cautelares durante o processo criminal.

No primeiro voto proferido após a posse no STF, Zanin defendeu a implantação no prazo de um ano e afirmou que a efetivação do mecanismo vai mudar o rumo da Justiça brasileira para garantir julgamentos imparciais.

Antes de assumir uma cadeira no STF, o ministro foi advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos processos da Operação Lava-Jato e conseguiu provar a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro, anulando as acusações.

— Estou convicto de que a existência do juiz de garantias poderá, efetivamente, mudar o rumo da Justiça brasileira, pois, ao garantir à população brasileira maior probabilidade de julgamentos imparciais e independentes, permite-se que o sistema penal seja potencialmente mais justo. A imparcialidade do juiz é o princípio supremo do processo penal — disse. 

O ministro também destacou que o mecanismo vai ajudar no combate a injustiças raciais no sistema penal.

— Há cerca de 650 mil pessoas presas no país. O encarceramento atinge majoritariamente jovens de até 29 anos, negros, com baixo grau de escolaridade — concluiu.

O placar de votação está em 2 votos a 1 pela implantação do juiz de garantias. O julgamento foi suspenso e volta na próxima quarta-feira.

Além de Zanin, Dias Toffoli também se manifestou a favor do mecanismo. Somente o relator do caso, Luiz Fux, votou pela implantação opcional pelos tribunais do país.

A adoção do juiz de garantias estava prevista para entrar em vigor no dia 23 de janeiro de 2020, conforme o Pacote Anticrime aprovado pelo Congresso Nacional. No entanto, foi suspensa por liminar de Luiz Fux. Agora, o Supremo julga o caso definitivamente.

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