Ocorreu na tarde desta quinta-feira (3) a posse de Cristiano Zanin como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Zanin ocupa a vaga deixada por Ricardo Lewandowski, aposentado em abril.
A sessão solene de posse foi aberta pela presidente do STF, ministra Rosa Weber, às 16h18min. No início da cerimônia, Gilmar Mendes, decano da Corte, e André Mendonça, o mais recentemente empossado, conduziram Zanin ao plenário, sob aplausos. A plateia incluía autoridades, como o presidente Lula, os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, ex-ministros do STF, incluindo o próprio Lewandowski, entre outros.
— Como todos sabem, a cerimônia de posse de ministro do Supremo Tribunal Federal não comporta espaços para discursos, mas eu, na condição de presidente do Supremo Tribunal Federal, em nome de todo o colegiado, quero dar a vossa excelências as boas vindas — afirmou Rosa Weber, assim que Zanin foi conduzido à cadeira que ocupará no plenário.
— Estou convicta de que vossa excelência, com sua cultura jurídica, seu preparo técnico, sua experiência e sua extrema lhaneza, enriquecerá, sobremodo, este colegiado. Seja muito bem-vindo — continuou a presidente da Corte.
O novo ministro herdará cerca de 500 processos que estavam no gabinete de Lewandowski, entre eles, ações sobre a conduta do ex-presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia de covid-19 e questionamentos sobre a Lei das Estatais.
Com a posse, Cristiano Zanin poderá participar dos primeiros julgamentos na Corte. Nesta sexta-feira (4), o plenário virtual analisa se o ministro André Mendonça poderá julgar o caso sobre o marco temporal para a demarcação de terras indígenas.
Na quarta-feira (9), Zanin fará estreia no plenário do Supremo. Está previsto o julgamento sobre a constitucionalidade do juiz de garantias.
Histórico
Formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) em 1999, Zanin é advogado especialista em litígios estratégicos e decisivos, empresariais ou criminais, nacionais e transnacionais.
Antes da indicação ao STF, atuou como defensor de Lula nos processos da operação Lava-Jato e ganhou notoriedade nacional.
Zanin poderá permanecer no STF até o ano de 2050, quando atingirá a idade-limite de 75 anos, momento em que os juízes são compulsoriamente aposentados.