Três representantes da CEEE Equatorial participaram da sessão ordinária desta quarta-feira (28) da Câmara de Vereadores de Porto Alegre para prestar esclarecimentos sobre as ações tomadas pela empresa após a passagem do ciclone extratropical. Por cerca de duas horas, 20 parlamentares foram à tribuna com questionamentos e críticas em relação a companhia.
A principal reclamação dos vereadores envolveu a demora para normalização do fornecimento da energia elétrica e a dificuldade de comunicação junto à Equatorial. Parlamentares de diferentes partidos trouxeram exemplos de pessoas que buscaram ajuda por ficar por mais de cinco dias sem luz. Além disso, foram feitas críticas aos canais de atendimento.
— Recebemos mensagens de pessoas que buscaram os canais de atendimento e ficaram em um "limbo". Falta uma informação mais clara sobre a situação, isso é respeito ao consumidor — afirmou a vereadora Claudia Araújo (PSD).
Outros pontos questionados foram a dificuldade para a realizar da poda das árvores, a demora da empresa em ligar a energia elétrica em novos empreendimentos e imóveis, planos de preparação para o enfrentamento de temporais e cobranças indevidas observadas nas contas. Ainda, foram feitas críticas ao posicionamento da CEEE Equatorial no ranking divulgado pela Aneel, que coloca a empresa na última posição.
— Os clientes enfrentam um calvário para conseguir algum contato e ser atendido. Este é o pior serviço que a cidade de Porto Alegre e o Estado do Rio Grande do Sul poderia ter — lamentou a vereadora Mônica Leal (PP).
Respostas da empresa
Após a explanação dos parlamentares, o diretor de relações institucionais da CEEE Equatorial, Júlio Hofer, buscou responder os questionamentos que mais se repetiram na tribuna. Além dele, participaram o executivo de manutenção, Felipe Werhmann, e o executivo de relacionamento, Alessandro Trindade.
Em sua fala – que foi acompanhada por apenas 12 parlamentares no plenário, Hofer ressaltou que há um canal direto da empresa com o poder público e que este caminho será estreitado junto aos vereadores. O diretor reforçou também que a poda das árvores acontece em parceria com a prefeitura de Porto Alegre e a Fepam e que estão sendo feitas melhorias para evitar a interrupção do serviço por queda de galhos.
— Estamos substituindo os cabos sem proteção por cabos com proteção, que suportam o contato com os galhos sem que ocorra o desligamento da rede por segurança — explicou o diretor Júlio Hofer.
Logo no início da sessão, foram apresentados dados da Companhia a respeito das medidas tomadas após a passagem do ciclone. Segundo a CEEE Equatorial, 23% do total de clientes da empresa ficaram sem energia elétrica nas primeiras horas após o fenômeno – o equivalente a 422 mil pontos.
Ainda, a empresa afirma que, em 24 horas, 72% dos clientes já estava com o serviço normalizado e, em 48 horas, o percentual era de 90%. Entre as dificuldades para recomposição da rede, a empresa afirma que encontrou muitas árvores caídas, alagamentos e interdição de vias e condições severas de operação na Região Metropolitana e Litoral Norte.
Quanto ao atendimento dos clientes, a concessionária afirmou que aumentou em 35% as posições para receber as reivindicações dos usuários.