O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta quinta-feira (4), por maioria, cassar os mandatos do prefeito de Brusque (SC), Ari Vequi, e do vice, Gilmar Doerner, por abuso de poder econômico nas eleições de 2020. O tribunal também tornou o empresário Luciano Hang, dono das Lojas Havan e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, inelegível por oito anos.
A decisão atende a pedido do Podemos, PT, PSB e PV, que alegaram que Hang usou a estrutura e marca das Lojas Havan para influenciar o resultado do pleito em favor da chapa de Vequi.
O ministro Alexandre de Moraes, ao proferir seu voto, afirmou que "o conjunto probatório revela não apenas a participação direta do investigado Luciano Hang nos atos abusivos, mas, sim, evidencia que os candidatos concorreram com os atos, tendo em vista a participação em eventos ilícitos, consubstanciados em live e em evento dentro das Lojas Havan".
O placar ficou em 5 a 2. Moraes divergiu do relator, Ricardo Lewandowski, que proferiu seu voto antes de se aposentar da Corte. O ministro Raul Araújo foi o único a seguir Lewandowski.
Hang se manifestou por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa da Havan. O empresário alega que só exerceu seu direito de liberdade de expressão, mas que irá respeitar a decisão do TSE:
"Brusque é um exemplo para o nosso país. Uma cidade com pleno emprego, que acolhe milhares de pessoas de todo o Brasil em busca de oportunidades, possui a cultura empreendedora, apresenta bons índices na segurança pública e ótima qualidade de vida.
Como cidadão, que nasceu e mora em Brusque, manifestei a minha liberdade de expressão, expondo aquilo que achava mais apropriado para que nossa cidade continuasse seguindo nesse caminho.
Por fim, foi o povo que escolheu pela continuidade da geração de empregos e da qualidade de vida em Brusque.
Respeito o Tribunal Superior Eleitoral, mas tenho a convicção de que nada fiz de errado, pois sei que apenas manifestei a minha opinião como qualquer cidadão."