O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, publicou na tarde deste sábado (13) no Instagram uma foto de sua imagem sendo utilizada no cartaz de uma propaganda de uma marca de fubá. O produto está sendo comercializado na Feira Nacional da Reforma Agrária, em São Paulo. O evento é promovido e organizado pelo Movimento dos Sem Terra (MST).
Em suas redes sociais, o ministro comentou sobre o uso de sua imagem na campanha do produto e falou que apesar de não ter comparecido pessoalmente na feira, conseguiu acompanhar, de modo remoto, a abertura, ocorrida nessa quinta-feira (11) . "São 500 toneladas de alimentos de 24 Estados, produzidos pelas famílias Sem Terra nas cinco regiões do país. Tenho orgulho de ter participado da campanha publicitária destes produtos", escreveu.
O perfil oficial do MST no Instagram interagiu no post de Haddad e o convidou para comparecer na próxima edição. "Esperamos sua visita no próximo ano, combinado?! Enquanto isso, o professor e todos nossos outros amigos podem acompanhar a Feira pelas nossas redes!", diz o comentário.
Ministros que compareceram no evento
Diferentemente do ministro da Fazenda, o vice-presidente Geraldo Alckmin esteve presente no evento por volta do meio-dia deste sábado (13). Bem-recebido pelo público, ele tirou fotos com simpatizantes. Um dois apoiadores entoou um grito muito usado nas campanhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "Alckmin, guerreiro do povo brasileiro".
Alckmin também falou com a imprensa sobre as ações do Abril Vermelho, realizadas pelo MST no mês passado e que culminaram na ocupação de terras da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da indústria de celulose Suzano. Para ele, isso não teria abalado em nada a relação do governo federal com o movimento.
A situação, no entanto, é diferente para os opositores do atual governo. Alguns deputados chegaram a instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso. Durante o evento, Alckmin também se posicionou sobre essa situação.
— Sou cauteloso sobre isso. O trabalho do legislativo é legiferante, não policialesco — disse o vice-presidente, acrescentando que existem órgãos de fiscalização suficientes.
No Twitter, Alckmin também compartilhou imagens de sua passagem pelo evento e enfatizou a importância da feira. "São centenas de toneladas de produtos agrícolas, inclusive da agroindústria, à venda pelos próprios camponeses que os produziram. No campo, tem lugar para todos, e a agroindústria tem papel fundamental no desenvolvimento do país", escreveu em um tweet.
Também presente no evento, o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Paulo Teixeira, disse que a pasta está com um plano emergencial para retornar com assentamentos ainda neste mês de maio.
— Serão novos assentamentos em áreas que o Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) já possui — afirmou Teixeira durante a Feira da Reforma Agrária, em São Paulo.
O ministro também disse que será fornecido crédito para a instalação destes assentamentos, além de assistência técnica para o início da produção nos locais. Ele afirmou ainda que a pauta das ações do Abril Vermelho foi totalmente superada pelo governo.
— Pedimos que os grupos se retirassem das terras da Embrapa e da Suzano e eles se retiraram— afirmou, acrescentando que o governo ainda abriu uma mesa de negociação entre o movimento e a Suzano.
A Feira do MST
Organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, a 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária iniciou na quinta-feira e se estenderá até esta segunda-feira (14). O evento ocorre no Parque da Água Branca, na região oeste de São Paulo.
Além da famosa Culinária da Terra, que reúne os produtos in natura e agro industrializados produzidos pelos agricultores familiares e que são colocados à venda, a feira conta com uma programação cultural.
Outros destaques da feira são as conferências, seminários, debates, oficinas e eventos de lançamentos de livros.
Maiores informações sobre a programação da feita podem ser consultadas no site do evento.