A reforma do IPE Saúde, nos termos propostos pelo governo Eduardo Leite até o momento, causará diferentes impactos nos contracheques dos servidores públicos filiados ao sistema. Em geral, beneficiários mais velhos e com dependentes terão aumento nas contribuições. Os mais jovens e funcionários de salários mais elevados deverão ter alívio nos descontos.
O Palácio Piratini diz que o IPE Saúde, plano médico e hospitalar que atende cerca de 1 milhão de pessoas, registrou cerca de R$ 440 milhões de déficit em 2022, média de R$ 36 milhões ao mês. Para equilibrar as contas, apresentou a aliados políticos uma proposta calcada em aumentar a alíquota de contribuição mensal dos servidores, de 3,1% para 3,6%, iniciar a cobrança por dependente, variável entre R$ 49,28 e R$ 501,90, e elevar de 40% para 50% a coparticipação em consultas e exames.
Existem duas vertentes de pensamento entre os críticos da proposta do governo Eduardo Leite para a reforma do IPE Saúde: uma parte entende que a única opção é a adoção de um plano de recuperação das perdas salariais acumuladas desde 2015, já que o contracheque do servidor é a base da arrecadação do instituto; enquanto outra parcela admite buscar alternativas e diversificação de receitas.
As críticas do funcionalismo público e da oposição têm foco no impacto que as medidas irão causar nos contracheques dos mais humildes. Em análise de caso concreto, se as novas regras trazidas pelo governo forem aprovadas na Assembleia Legislativa, uma merendeira com dependentes no IPE Saúde teria seu salário líquido reduzido de R$ 1.424,37 para R$ 816,06.
Veja a seguir o impacto das novas regras elaboradas pelo Palácio Piratini nos contracheques de quatro diferentes perfis de servidores públicos estaduais.