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Os 13 vereadores da Câmara de São Leopoldo, no Vale do Sinos, aprovaram, por unanimidade, a abertura de uma comissão parlamentar de ética para analisar o pedido de cassação do vereador Tiago Silveira (sem partido). Ele é investigado por envolvimento em um crime que tramita em segredo de Justiça, e foi expulso do Partido dos Trabalhadores (PT) no final do ano passado após as denúncias.
A representação foi protocolada pela bancada do próprio PT, e a votação ocorreu na sessão plenária desta terça-feira (4), mesma ocasião na qual Silveira voltou a ocupar uma cadeira do Legislativo. Primeiro suplente nas últimas eleições municipais, ele assume o lugar de Nestor Schwertner (PT), que saiu para assumir a presidência da Fundação Hospital Centenário.
A comissão será composta por três vereadores: Iara Cardoso (PDT), como presidente, Ana Affonso (PT), relatora, e Gabriel Dias (Cidadania), membro. O grupo tem 60 dias para dar um parecer sobre o pedido de cassação por quebra de decoro parlamentar.
— Com certeza, vamos enfrentar esse tema com muita coragem e muita justiça, respeitando sempre o contraditório, mas vamos concluí-lo de cabeça erguida — afirmou Iara na sessão.
O indiciamento de Silveira pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de São Leopoldo ocorreu em janeiro. O inquérito foi encaminhado para o Juizado de Violência Doméstica do município. O político chegou a ser preso preventivamente, mas responde em liberdade.
Após a abertura da comissão ter sido aprovada, Silveira utilizou a tribuna para se defender das acusações. Ele disse ser alvo de um processo político oriundo do seu antigo partido:
— Muitas das pessoas apostavam que eu não me faria presente nesta Casa hoje. Não vou me esconder de vocês. Não vou me esconder de ninguém. Com o tempo e no tempo devido do próprio processo da Câmara, a gente vai apresentar todas as questões que são importantes nesse processo, que é político.
A representação contra o vereador foi protocolada na última sexta-feira (31) e é assinada pela presidente do PT em São Leopoldo, Maria Dolores Pessoa.
É a primeira vez que Silveira assume o cargo de vereador após o início da investigação. Porém, ele já havia assumido a cadeira de vereador em outras ocasiões ao longo dessa legislatura. O político também atuou como secretário adjunto de Segurança Pública e Defesa Comunitária de São Leopoldo, mas foi exonerado dias antes de ser preso.