O vice-presidente Geraldo Alckmin publicou um vídeo em rede social, na quinta-feira (23), defendendo e parabenizando a ação da Polícia Federal (PF), que deflagrou uma investida para desarticular um plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) contra o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR). A publicação foi feita horas depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva referir que o caso seria uma "armação" do ex-juiz da Lava-Jato.
— O governo Lula não se curvará diante de ameaças criminosas. O Estado brasileiro não admitirá ameaças à ordem pública e nem ameaças à sua população — disse Alckmin, que também parabenizou o Ministério Público de São Paulo e o Ministério da Justiça, além dos funcionários de segurança pública.
Em visita ao Complexo Naval de Itaguaí (RJ), também na quinta-feira, Lula havia afirmado que as suspeitas do caso são uma "armação" de Moro. As falas contradisseram declarações do ministro da Justiça, Flávio Dino, que disse ter conhecimento das investigações havia 45 e chamou de "mau-caratismo" a tentativa de politizar "uma operação séria".
— Quero ser cauteloso. Vou descobrir o que aconteceu. É visível que é uma armação do Moro. Eu vou pesquisar e saber o porquê da sentença. Até porque fiquei sabendo que a juíza (Gabriela Hardt, da 9ª Vara Federal de Curitiba) não estava nem em atividade quando deu o parecer para ele — disse Lula.
Na quarta-feira (22), a Operação Sequaz foi deflagrada pela Polícia Federal para desmantelar um plano que mirava, entre outras autoridades, o ex-juiz e atual senador Sérgio Moro. A ofensiva ocorreu cerca de 45 dias após o início das investigações.
A PF foi acionada pelo Ministério Público de São Paulo, que identificou risco à segurança de Moro e também do promotor de Justiça Lincoln Gakiya. Mais de cem agentes foram às ruas cumprir 11 mandados de prisão em Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo e Paraná. O efetivo vasculhou 24 endereços.