Destravar obras paradas será uma das prioridades do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República. A afirmação é do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, que concedeu entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, na manhã desta sexta-feira (6) — pouco antes da primeira reunião ministerial da nova gestão.
Costa afirmou ser necessário acabar com a cultura de abandonar obras de governos anteriores e iniciar "a obra do seu governo". Ele lembrou que ainda hoje existem intervenções inacabadas do período em que Dilma Rousseff esteve no Planalto (2011-2016).
— O Dnit em 2022 recebeu o menor orçamento da sua história. E, portanto, o que tivemos nos últimos anos foi a degradação das estradas existentes e a não conclusão de ampliações e duplicações de estradas federais no Brasil inteiro. Então nós vamos priorizar isso. Essa é uma das tarefas da Casa Civil. É prioridade absoluta — destacou.
Rui Costa ressaltou que, após a reunião ministerial desta sexta-feira, começará uma série de duas semanas de visitas aos demais ministros para estabelecer a "estratégia das ações prioritárias e da conclusão" das obras paralisadas.
— A prioridade número um, paralelo a pensar, planejar e iniciar novas obras, é concluir as existentes. Não faz sentido nenhum virar as costas para as obras que não estão conclusas e apenas iniciar novas. Isso faz parte daquele modo de pensar antigo da política (...) Nós não pensamos assim, o dinheiro que está aplicado lá é o dinheiro do povo brasileiro e nós vamos além de planejar e licitar obras novas. Nós vamos dar uma prioridade para concluir essas obras que estão em andamento. Algumas infelizmente estão paralisadas, iniciadas no governo de Dilma, em 2015, e não foram concluídas até hoje — afirmou Costa.
Alinhar discurso
Questionado sobre eventuais ruídos causados por divergências nos primeiros discursos dos ministros, Rui Costa garantiu que todos estão comprometidos a trabalhar em prol da visão do governo, e que opiniões e ideias pessoais podem ser feitas, desde que haja distinção entre elas e as propostas da gestão.
O titular da Casa Civil destacou ainda a importância da reunião desta sexta-feira para alinhar os discursos:
— Todo mundo numa sociedade democrática, todos nós, cada um de nós, pessoalmente, tem direito a ter a sua opinião, a ter ideias, a colocá-las publicamente. O que é importante é que, na hora de expor essas ideias, a gente possa distinguir o que é eventualmente uma ideia pessoal, e que pode ser levada eventualmente para o governo (...) Mas é natural (que haja divergências), os ministros tomaram posse essa semana. O mais importante é que cada um está aqui absolutamente dedicado a trabalhar e honrar o convite do presidente Lula e fazer as entregas para melhorar a vida do povo brasileiro.