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No segundo mandato, Leite terá base menor na Assembleia Legislativa

Consórcio governista abriga sete partidos, três siglas a menos do que no começo da primeira gestão

Fábio Schaffner

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Sem o desafio de aprovar grandes reformas ou privatizações polêmicas,  Eduardo Leite  terá uma base de apoio menor no segundo mandato. Por enquanto, o consórcio governista abriga sete partidos, três a menos do que os 10 que lhe deram sustentação no início da primeira gestão. Por ora, as sete bancadas somam 28 votos, bem menos do que os 40 deputados que formaram sua base inaugural, a maior que um governador do Rio Grande do Sul já havia montado.

Tamanha conciliação política deu a Leite suporte para aprovar matérias difíceis, como a retirada da Constituição Estadual a necessidade de plebiscito para efetuar a venda de CEEE, Sulgás e CRM, bem como as reformas previdenciária e administrativa, que mexeram em direitos dos servidores. Mesmo antes da posse, o governador já havia conseguido que a Assembleia chancelasse a prorrogação do aumento das alíquotas de ICMS levado a cabo no governo José Ivo Sartori.

Agora, um dos primeiros desafios será  alterar o sistema de financiamento do IPE Saúde, cuja rede de atendimento tem 1 milhão de usuários. Como as medidas devem resultar em aumento das contribuições para parcela dos servidores, Leite deve enviar o texto à  Assembleia em fevereiro, aproveitando o capital político conferido pelas urnas. Para o restante do mandato, ele projeta uma relação mais tranquila com a Casa.

– No primeiro mandato, endereçamos logo nos primeiros meses os projetos com mudanças mais profundas. No próximo ciclo de governo, não prevejo algo nessa dimensão, o que nos dá perspectiva de um relacionamento menos tensionado – disse Leite em entrevista a GZH  concedida pouco antes do Natal.

Na atual composição, o PSDB terá quatro secretarias. O MDB, partido do vice Gabriel Souza, terá três. Os tucanos ficaram com Casa Civil, Educação, Sistema Penal e Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, enquanto o MDB terá Agricultura, Transportes e Assistência Social. O PP tem duas pastas e pode contar com espaço extra, que ainda não foi definido. Além do Turismo e de Desenvolvimento Econômico, o partido deve ter um gabinete de articulação e apoio aos municípios, oferecido na quinta-feira (29) à noite ao ex-presidente da Federação das Associações de Municípios (Famurs) Salmo Dias de Oliveira.

O União Brasil tem a pasta de Desenvolvimento Urbano/Metropolitano e deve ficar com a Habitação. Já PDT, Podemos e PSD ganharam uma secretaria cada. Leite chegou a conversar com PSB e Republicanos, mas por enquanto não há informações sobre eventual acerto. Além das secretarias de Habitação e de Apoio a Municípios, falta apresentar o nome de quem irá comandar o Planejamento.

 No mapa das 27 posições do primeiro escalão, o espaço majoritário será ocupado por pessoas de perfil técnico que foram escolhidas pessoalmente pelo governador. São 12 pastas, com destaque para a Fazenda, a Saúde e a Segurança Pública.

Na oposição, há ao menos 14 deputados de três partidos, PT, PCdoB e PSOL. O PL, com cinco deputados, e o Novo, com um, declararam posição de independência em relação ao governo.

Nomes e siglas

No sábado (31), Eduardo Leite divulgou mais dois nomes para o primeiro escalão do Piratini. O deputado estadual Mateus Wesp (PSDB) foi anunciado como o secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos. Wesp concorreu a deputado estadual na eleição, mas não foi eleito.

Leite anunciou ainda a criação da Secretaria Extraordinária de Inclusão Digital e Apoio às Políticas de Equidade. A pasta será comandada por Lisiane Lemos, mulher negra, graduada em Direito e especialista em tecnologia. Lisiane atua em movimentos de inclusão nos espaços empresariais e é professora de especialização de Tecnologia para Negócios da PUC-RS.

Com o anúncio, o agora governador já havia definido, até domingo (1), 25 dos 27 secretários previstos para a atual gestão. Ainda faltam os titulares de Habitação e Planejamento – nessa última, o secretário Cláudio Gastal permanecerá de forma provisória, em janeiro, até a sua nomeação para a presidência do Badesul.

Pastas da nova gestão de Eduardo Leite 

PSDB 

Artur Lemos - Casa Civil 

Luiz Herique Vianna - Sistemas Penal e Socioeducativo

Mateus Wesp - Justiça, Cidadania e Direitos Humanos 

Raquel Teixeira - Educação

MDB

Beto Fantinel - Assistência Social

Giovani Feltes - Agricultura

Juvir Costella - Logística e Transportes

PP

Ernani Polo - Desenvolvimento Econômico

Vilson Covatti - Turismo

União Brasil 

Carlos Rafael Mallmann - Desenvolvimento Urbano e Metropolitano

Habitação (pasta ainda segue com nome indefinido, mas deverá ficar com o União Brasil) 

PODEMOS

Ronaldo Santini - Desenvolvimento Rural 

PSD

Danrlei de Deus - Esporte e Lazer

 PDT 

Gilmar Sossella - Trabalho e Desenvolvimento Profissional 

Cota pessoal do governador

Arita Bergmann - Saúde 

Beatriz Araújo - Cultura 

Eduardo Cunha da Costa - Procuradoria-Geral do Estado 

Izabel Matte - Obras Públicas 

Luciano Boeira - Casa Militar 

Marjorie Kauffmann - Meio Ambiente e Infraestrutura 

Pedro Capeluppi - Parcerias e Concessões 

Pricilla Maria Santana -  Fazenda 

Sandro Caron - Segurança Pública  

Simone Stulp - Inovação, Ciência e Tecnologia 

Tânia Moreira - Comunicação

Lisiane Lemos - Inclusão Digital 

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