O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, teve encontro, nesta segunda-feira (23), com o novo comandante do Exército, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, então comandante militar do Sudeste.
No último sábado (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou a troca do comando após desconfianças com relação ao general Júlio César de Arruda, que foi nomeado no final de dezembro.
Nos atos que resultaram na destruição das sedes do Executivo, Legislativo e Judiciário — cujos prejuízos ultrapassam os R$ 18 milhões —, Arruda proibiu que a Polícia Militar do Distrito Federal desmobilizasse o acampamento montado junto ao quartel general de Brasília.
Arruda ainda protagonizou outro ato de insubordinação ao resistir em exonerar o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, conhecido como Coronel Cid. Considerado braço direito de Jair Bolsonaro (PL) e ajudante de ordens do ex-presidente, Cid foi nomeado para chefiar o 1º Batalhão de Ações de Comando do Exército em Goiânia. Houve pressão para que essa nomeação fosse cancelada por Arruda, o que não ocorreu.
— Houve a questão dos acampamentos, do dia 8, houve uma quebra da confiança, de maneira que fica muito difícil trabalhar quando as pessoas ficam sob suspeita. Mas está tudo em paz, tudo calmo. Foi um final de semana de muito trabalho, mas acho que agora as coisas estão arrumadas — disse Múcio.
Múcio ainda reforçou que as investigações dos envolvidos nos atos golpistas do dia 8 estão em curso e os suspeitos terão direito a defesa.
— Ninguém pode ser condenado previamente, o direito da dúvida precisa ser concedido — ressaltou, em fala a jornalistas após café da manhã com Paiva.
O comandante do Exército convocou, para esta terça-feira (24), reunião com o Alto Comando da corporação. Esse será o primeiro encontro desde que Paiva foi confirmado novo chefe da força terrestre.