Após encontro fechado que reuniu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os comandantes das Forças Armadas no Palácio do Planalto, nesta sexta-feira (20), o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse acreditar que não houve "envolvimento direto" do Exército, da Marinha e da Aeronáutica nos atos antidemocráticos registrados no último dia 8.
Apesar disso, o ministro defendeu punição aos militares que tenham participado "individualmente" dos ataques às sedes dos três poderes, na capital federal.
— Entendo que não houve envolvimento direto das Forças Armadas. Agora, se algum elemento, individualmente, teve participação, ele terá que responder — declarou Múcio a jornalistas, ao final da reunião com o presidente.
O titular da pasta da Defesa também foi questionado sobre a fala de Lula que, em entrevista à GloboNews, na quarta-feira (18), defendeu punição a todos os militares que tenham participado dos atos golpistas, "independente da patente". Múcio pediu que as "penas sejam justas" e tudo a "seu tempo".
— Os militares estão cientes e concordam que vamos tomar essas providências. Evidentemente, no calor da emoção a gente precisa ter cuidado para que acusações e penas sejam justas. Tudo será providenciado em seu tempo — afirmou.
Ainda segundo o ministro, a reunião desta sexta, que contou com a participação de cinco empresários — incluindo o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes —, tratou da modernização das Forças Armadas.
— Se os senhores (jornalistas) me perguntarem se nós tratamos (dos atos) do dia 8, não tratamos. Isso está com a Justiça. Tratamos da capacidade de geração de emprego que o Brasil tem na indústria de defesa — afirmou.
Múcio ainda disse acreditar que o vandalismo registrado há 12 dias em Brasília não irá se repetir:
— As Forças Armadas vão se antecipar.