Dois caminhões de mudança entraram na quinta-feira (15), nos palácios do Planalto e da Alvorada, para prestar serviços à Presidência da República, a 16 dias do fim do mandato de Jair Bolsonaro (PL). Os caminhões foram flagrados por equipes de TV e retiraram objetos da residência oficial, que voltará a ser ocupada pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a partir de 1º de janeiro.
Questionada, a Presidência da República não se manifestou sobre o motivo e quais serviços teriam sido prestados. Os veículos entraram e saíram do Alvorada à tarde. Um dos caminhões era da empresa de transportes Muda Brasília Mudanças e Logística, que teria sido subcontratada pela 5 Estrelas Mudança e Transportes, ambas sediadas na capital federal. A 5 Estrelas já prestou serviços ao governo antes. As empresas não responderam aos contatos da reportagem.
O atual presidente jamais admitiu em público a derrota eleitoral para Lula e segue a maior parte do tempo dentro na residência, onde faz reuniões e despacha com ministros e assessores. Ele mora na residência oficial com a primeira-dama Michelle Bolsonaro, a filha do casal, Laura, e a enteada Letícia Firmo. Por lei, eles devem deixar o palácio, que passará a ser morada de Lula e a futura primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja.
Aliados do presidente eleito dizem que ele pedirá uma varredura na residência e avaliação de segurança antes de se mudar, além da troca da equipe de servidores, até mesmo os terceirizados. A equipe de Lula tem reclamado da falta de moradia em Brasília. O petista despacha de um hotel e deve ficar mais algumas semanas por lá antes de entrar no Alvorada.
Em transições de governo anteriores, era comum que o presidente eleito ficasse hospedado na Granja do Torto até a posse, mas o imóvel da Presidência é usado atualmente pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e não foi oferecido por Bolsonaro a Lula.
Parte do "cercadinho" é retirada
Funcionários retiraram no início da tarde desta sexta-feira (16) parte da estrutura apelidada de "cercadinho" do Palácio. Segundo informações do g1, eles tiraram a cerca metálica que rodeava o local e, por enquanto, deixaram a cobertura da tenda.
A estrutura era usada para abrigar apoiadores do chefe do Executivo que participavam quase que diariamente de conversas com ele, nos horários em que o presidente saía e chegava da residência oficial.