O ex-ministro da Previdência Social no segundo mandato de Lula e integrante do grupo de transição José Pimentel (PT-CE) defendeu, nesta segunda-feira (21), que a Dataprev não seja privatizada. A empresa de tecnologia de processamento de dados de aposentadorias do país estava na lista de desestatizações do governo Jair Bolsonaro (PL).
Conforme Pimentel, a manutenção da companhia é importante para colaborar no processo de zerar a fila do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O integrante do grupo de transição ainda destaca que a Dataprev precisa de mais servidores para melhorar o atendimento ao cidadão.
— Hoje temos em torno de 2 milhões de pessoas na fila da Previdência Social e 7 mil militares contratados para resolver isso, recebendo salário para isso. A Dataprev saiu da Previdência, foi para o Ministério da Economia e foi incluída no rol de privatizações. Não tem como dar certo e melhorar o atendimento. Esse é o diagnóstico das filas e vamos conversar (sobre a retirada da lista de privatizações) — ressaltou.
Em 2020, a Dataprev passou por um processo de desmonte, com o anúncio de demissão de 15% dos 3.360 empregados. Foram demitidos quase 500 funcionários em 20 unidades regionais.
Um relatório prévio do grupo temático de Previdência Social deverá ser entregue ao governo eleito em 30 de novembro, com um mapeamento das ações atuais na área. Em dezembro, mais dois diagnósticos serão finalizados.
Correios
Na última sexta (18), o ex-ministro Paulo Bernardo disse que o grupo técnico deverá ter como uma das prioridades a recomendação para que a privatização dos Correios não seja realizada. O político é um dos coordenadores da área de comunicação do governo de transição.
O modelo para repassar a empresa à iniciativa privada foi desenhado durante a gestão de Jair Bolsonaro e chegou a ser enviado ao Congresso Nacional. O grupo temático deve se reunir novamente nesta terça-feira (22), no CCBB.
— Não podemos decidir nada sobre isso, somos uma equipe de transição. Vamos fazer um levantamento e vamos recomendar. A nossa ideia é recomendar tirar, acabar com essa ideia de privatizar os Correios — ressaltou Bernardes em fala a jornalistas no QG da transição.
A primeira grande estatal a passar pelo processo de privatização foi a Eletrobras, oficialmente concluída em junho deste ano. Com a conclusão da desestatização, a companhia se tornou uma empresa sem controlador definido, como já aconteceu com a Embraer.
Neste mesmo rol de empresas a serem privatizadas, entraram companhias como os Correios, Telebras, EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) e Dataprev.