Duas moções contrárias a declarações do deputado federal Bibo Nunes (PL-RS) causaram desentendimento na sessão plenária da Câmara de Vereadores de Santa Maria, no centro do Estado, na tarde desta terça-feira (25). A reunião legislativa foi interrompida seis vezes, e participantes trocaram xingamentos e empurrões (veja o vídeo abaixo).
Na semana passada, em um vídeo, Bibo Nunes disse que estudantes de universidades federais merecem ser queimados vivos. No material, ele citava protestos de estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Por isso, o presidente do legislativo de Santa Maria, Valdir Oliveira (PT), propôs uma moção de protesto à manifestação do deputado federal. Já o vereador Werner Rempel (PCdoB) submeteu uma moção de repúdio à declaração. Ambas deveriam ser apreciadas na sessão desta terça. No entanto, no início das atividades, o vereador Tubias Callil (MDB) solicitou que fosse adiada a votação da proposta do presidente da Casa.
— A sua moção, presidente, é totalmente política, totalmente partidária. O senhor está fazendo um ato político na casa do povo — disse o vereador do MDB, que teve o microfone cortado.
Na sequência, Valdir Oliveira suspendeu a sessão e uma confusão teve início no local, com empurrões e xingamentos entre pessoas que assistiam à sessão. A transmissão ao vivo no canal do YouTube da Câmara de Vereadores deixou de mostrar imagens do local nesse momento.
Quinze minutos depois, os trabalhos foram retomados, com a participação de Tubias Callil, que pediu que fosse adiada a votação da moção do vereador petista. Callil também solicitou a suspensão da sessão por 10 minutos, concedida pelo presidente da Câmara. No retorno às atividades, Valdir Oliveira se manifestou sobre as declarações do vereador do MDB:
— As moções não têm, em nenhum momento, conotação político-partidária ou eleitoral. Elas se referem a uma manifestação. Nas moções propostas por este vereador (fez autorreferência) e pelo vereador Werner não existe nenhum tipo de manifestação de cunho eleitoral.
A vereadora Roberta Leitão (Progressistas) pediu o adiamento da votação da moção de repúdio do vereador Werner Rempel. Por fim, os vereadores decidiram, por 14 votos a seis, adiar a apreciação das duas moções, que devem voltar à pauta do plenário na terça-feira (1º), após o segundo turno das eleições.