O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da Polícia Federal e decretou nesta segunda-feira (1º) a prisão preventiva de Ivan Rejane Fonte Boa Pinto. O homem é investigado por usar redes sociais para ameaçar com ações violentas membros da Corte e integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT).
Ivan Pinto estava preso temporariamente em Belo Horizonte (MG), no dia 22 de julho. O advogado do influenciador digital foi procurado, mas ainda não se manifestou. Com a preventiva, o prazo para revogação da prisão é de 90 dias e sua manutenção deverá ser reavaliada.
Na representação, a Polícia Federal informou que a perícia do material apreendido com o investigado constatou mensagens e vídeos com notícias falsas, ameaças e intenção de uso de violência, configurando em risco à ordem pública.
Segundo o ministro, a soltura de Ivan Rejane poderia trazer prejuízos à investigação, além de riscos, já que “é fato público e notório que a prática criminosa ora investigada está inserida em um contexto mais abrangente de acirramento dos ânimos, do estímulo ao enfrentamento a oponentes políticos e de tentativas de enfraquecimento do Poder Judiciário”.
Associação criminosa
Os investigadores viram na conduta do investigado a prática de supostos crimes de associação criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, uma vez que Ivan Rejane propôs a destituição dos ministros do STF e expulsão deles do país, impedindo o exercício do órgão do Poder Judiciário, ameaçando reunir pessoas voltadas a um mesmo propósito de "caçar" os ministros Luiz Roberto Barroso, Edson Fachin, Luiz Fux, Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Carmen Lúcia e Rosa Weber.
Ainda de acordo com a PF, o homem ameaçava políticos de esquerda, como o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), a presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, e o deputado federal e candidato ao governo do Rio de Janeiro Marcelo Freixo (PSB).
Nos vídeos, o investigado, que se intitula Terapeuta Papo Reto, disse que vai "invadir" e "destituir" o STF, além de "pendurar os ministros de cabeça pra baixo".