A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (20), a Operação Odoacro para investigar uma suposta "associação criminosa estruturada para promover" fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro envolvendo verbas da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Sob o comando do centrão, a empresa operacionalizou a distribuição de verbas do orçamento secreto, como mostrou o Estadão.
A ofensiva cumpriu uma ordem de prisão temporária contra o empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como "Imperador", e vasculhou 16 endereços nas cidades de São Luís, Dom Pedro, Codó, Santo Antônio dos Lopes e Barreirinhas. O alvo principal da ofensiva é a empresa Construservice.
Cerca de 80 policiais participaram das diligências, ordenadas pela 1ª Vara Federal de São Luís a partir de uma representação elaborada pela Polícia Federal.
De acordo com a PF, o nome da operação está ligado ao apelido de Costa, chamado de "Imperador", que seria líder do grupo sob suspeita. Os investigadores dizem que "Odoacro" faz referência "ao sobrenome do soldado italiano que capitaneou uma revolta que colocou fim ao Império Romano".
A corporação diz que as apurações identificaram um "engenhoso esquema de lavagem de dinheiro, perpetrado a partir do desvio do dinheiro público proveniente de procedimentos licitatórios fraudados".
Os investigadores apontam que o esquema envolve a constituição de empresas de fachada, pertencentes formalmente a "laranjas" e ao líder do grupo, "para competir entre si, com o fim de sempre se sagrar vencedora das licitações a empresa principal do grupo, a qual possui vultosos contratos com a Codevasf".
"O líder desse grupo criminoso, além de colocar as suas empresas e bens em nome de terceiros, ainda possui contas bancárias vinculadas a CPFs falsos, utilizando-se desse instrumento para perpetrar fraudes e dificultar a atuação dos órgãos de controle", disse a corporação em nota.