O Partido Liberal (PL) se manifestou nesta segunda-feira (25) sobre um evento com embaixadores realizado na semana passada. A sigla, pela qual o presidente Jair Bolsonaro oficializou sua candidatura à reeleição no domingo (24), afirmou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o encontro não configurou propaganda eleitoral. A manifestação ocorreu em resposta à determinação do ministro Edson Fachin, presidente da Côrte, que havia concedido cinco dias para Bolsonaro se manifestar sobre novos ataques ao processo eleitoral e às urnas eletrônicas, feitos durante a reunião.
Na petição, os advogados do PL solicitam que o partido não seja penalizado com perda de tempo de propaganda eleitoral em decorrência do encontro. A defesa pede ainda que a ação seja julgada improcedente "diante da insuscetibilidade de controle judicial das falas do Chefe de Estado como ato de governo e da inexistência de propaganda eleitoral antecipada negativa", diz o texto.
Em despacho da última quinta-feira (21), atendendo a pedido do PDT, o presidente do TSE, ordenou que Bolsonaro se manifestasse por mais um ataque às urnas, assim como as partes envolvidas, incluindo o PL. Os pedetistas solicitaram a exclusão dos vídeos das redes sociais, nos quais o presidente da República ataca o sistema eletrônico de votação durante a reunião com os chefes de missões estrangeiras realizada na última segunda-feira (18). Após os cinco dias concedidos às partes, a Procuradoria-Geral Eleitoral terá o mesmo prazo para se manifestar.
Após o encontro, PDT, PT, PSOL, Rede e PCdoB foram ao TSE alegando propaganda eleitoral antecipada e conduta vedada ao agente público. Os pedetistas solicitaram que os vídeos com a transmissão da reunião sejam retirados do ar no Facebook e no Instagram. A defesa do PL utilizou os mesmos argumentos em relação à ação das demais legendas da oposição e solicitou arquivamento do pedido.
As declarações de Bolsonaro a cerca de 70 embaixadores geraram repercussão negativa no Congresso, em segmentos do funcionalismo público, na academia e até no Exterior – a resposta diplomática dos Estados Unidos classificou o sistema eleitoral brasileiro como "modelo" para o mundo.