O atual ministro da Educação, Victor Godoy, que assumiu o MEC de forma interina após a saída de Milton Ribeiro e foi efetivado no cargo posteriormente, afirmou nesta quarta-feira (22) que o governo do presidente Jair Bolsonaro não compactua com desvios.
— Nunca tive conhecimento dos fatos que levaram à prisão de Ribeiro — disse ele, ao comentar sobre a prisão efetuada pela Polícia Federal, na manhã desta quarta, do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro no âmbito da investigação sobre um suposto 'gabinete paralelo' instalado na pasta, que favoreceria pastores na distribuição de verbas.
— Se alguém for culpado, quem quer que seja, que seja responsabilizado — pontou o atual titular do MEC, indo na mesma linha do que disse o presidente Jair Bolsonaro mais cedo.
O mandado de prisão preventiva foi expedido por ordem do juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, e cita supostos crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. A operação que apura a prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação foi batizada como 'Acesso Pago' e cumpre outras quatro ordens de prisão, além da contra o ex-ministro.
Os agentes que participam da ofensiva vasculham 13 endereços em Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal. Entre os alvos das buscas, estão o próprio Milton Ribeiro e os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos - dupla que está no centro do esquema sob suspeita e que foi revelado pelo Estadão. O juízo da 15ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal também deferiu medida cautelar de proibição de contatos entre os investigados e envolvidos.