Em quase dois anos após a Operação Camilo ser deflagrada, no final de maio de 2020, foram enviados para a Justiça Federal oito relatórios, sendo os mais recentes neste ano e o oitavo e último nesta segunda-feira (9). Até janeiro havia 25 indiciados e agora são 33 por corrupção, organização criminosa, lavagem de dinheiro, estelionato e fraude à licitação.
Um dos indiciados é o vereador de Porto Alegre Cláudio Renato Guimarães da Silva, o Cláudio Janta, do Solidariedade. Ele nega envolvimento, diz que está ocorrendo um equívoco e que vai provar sua inocência.
Segundo a PF, algumas pessoas foram indiciadas mais de uma vez, ou seja, em mais de um dos oito relatórios. Desde a época em que houve a operação, cinco funcionários públicos foram afastados das funções e entre os indiciados ao longo do período está o ex-prefeito de Rio Pardo Rafael Barros. Ele chegou a ser preso quando houve a ação, renunciando ao cargo logo depois. Ao todo, 15 pessoas foram detidas na época. Houve o bloqueio de 11 imóveis, 31 veículos e valores que totalizam R$ 11 milhões.
Cláudio Janta
Janta é um dos indiciados no último relatório encaminhado à Justiça Federal. A PF não divulga nomes, assim como não repassa o tipo de delito conforme o indiciado. Mesmo assim, GZH apurou que o parlamentar da Capital é um dos apontados no inquérito e que responde por estelionato e organização criminosa.
O vereador informa que uma ou duas pessoas envolvidas no desvio de verbas foram filiadas ao mesmo partido dele.
— Fato que, por si só, não me vincula aos crimes — explica.
Segundo Janta, o indiciamento está equivocado, com muitas suposições e sem qualquer fundamento. Ele diz que não há, inclusive, elementos para formulação de denúncia contra ele. Mesmo assim, se houver, o vereador destaca que irá provar sua inocência.