Em mais um sinal da dificuldade dos partidos da chamada terceira via de chegarem a um entendimento na disputa presidencial, os líderes de MDB, PSDB, União Brasil e os pré-candidatos das legendas decidiram adiar um jantar que aconteceria nesta segunda-feira (25), em São Paulo, para definir as regras e o calendário do colegiado.
Uma nota divulgada pela assessoria do ex-governador João Doria, pré-candidato do PSDB, informou que o encontro foi adiado a pedido da senadora Simone Tebet (MDB-MS) e do deputado Luciano Bivar (UB-PE), ambos pré-candidatos.
No comunicado, Doria disse que o momento exige "união": "Separados seremos derrotados e isso só interessa aos extremistas".
Sem entendimento
Até o momento, os três pré-candidatos não chegaram a um entendimento sobre os critérios de escolha para o nome da chamada terceira via para concorrer ao Palácio do Planalto.
O grupo de Doria defende a contratação de uma uma pesquisa de intenção de voto quantitativa que, segundo o paulista, seria "incontestável". No entanto, o MDB e o União Brasil resistem, por avaliarem que a rejeição do tucano é muito grande.
Além disso, em sabatina da Folha de S.Paulo/Uol, a pré-candidata do MDB descartou a possibilidade de ser vice caso não seja escolhida para cabeça de chapa na corrida presidencial.
— Se abrir mão da pré-candidatura à Presidência e aceitar o papel de vice, eu estaria aí diminuindo o espaço da mulher na política — disse Tebet.
A questão do calendário também causa impasse. Pelo acerto inicial, a escolha do pré-candidato aconteceria em 18 de maio, mas grupos do União Brasil defendem que esse prazo seja antecipado para o dia 6.
Por outro lado, no PSDB prevalece a tese de que o melhor é adiar. Afinal, as inserções de Doria na televisão serão exibidas a partir de 26 de abril e o partido aposta nelas para melhorar o desempenho do pré-candidato nas próximas pesquisas.
Definição no PSDB
A própria pré-candidatura de Doria pelo partido tucano teve seus percalços nas últimas semanas, enquanto o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite se movimentava dentro do PSDB em busca de aliados para possibilitar uma candidatura à presidência.
No entanto, em carta divulgada na sexta-feira (22), Leite recuou e lembrou que o ex-governador de São Paulo o derrotou nas prévias do partido. Para o gaúcho, uma candidatura diferente pelo PSDB dependeria de uma decisão de Doria. Ele ainda disse que se colocaria "com toda a disposição para auxiliar na construção suprapartidária de uma alternativa para o Brasil"