O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, elogiou a "fábrica de ideias", que é o ministro da Economia, Paulo Guedes. Os dois participavam de um evento virtual e Guedes acabou falando mais do que seu tempo previsto, o que diminuiu a participação do chefe do Judiciário.
— Mas Guedes é meu amigo. É tão meu amigo que coloca no colo um filho que não é meu — alfinetou o presidente do STF, brincando.
Fux se refere à sugestão de se criar uma espécie de "microparcelamento" dos precatórios no ano que vem para evitar o pagamento de despesas judiciais que extrapolem o teto de aumento do gasto público. A ideia foi apresentada em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Logo após a "brincadeira" de Fux, Guedes respondeu também em tom de brincadeira:
— É só um pedido desesperado de socorro, de forma alguma depositar o filho ou a responsabilidade no seu colo. É que, quando a gente está desesperado, pede proteção aos presidentes dos poderes.
Ainda no evento, Fux afirmou que o diálogo institucional depende de um pressuposto: democracia é inegociável.
— Toda a evolução e diálogo institucional dependem de um pressuposto, que é uma democracia inegociável, respeito à democracia de forma intransigente — considerou.
O magistrado também discorreu sobre o patrimonialismo, que seria a tomada do patrimônio público para o enriquecimento pessoal.
— Isso é corrupção, e exige o combate em todas as instâncias — afirmou.
Ele também disse que é preciso acabar com benesse no Brasil:
— O Judiciário tem obrigação de garantir segurança jurídica, e isso vem por meio de decisões estáveis.
Os dois participaram do painel Sem tempo a perder: debate sobre a urgência de transformar o Brasil e o papel das instituições e do Estado, realizado durante o evento virtual Diálogos para um melhor Estado, do Movimento Pessoas à Frente, criado pela Fundação Lemann, Instituto Humanize e República.org.