Ao reforçar as críticas ao governo Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a necessidade de um ajuste fiscal que contemple gastos para as áreas de saúde, educação e transporte. De acordo com o petista, o atual governo "joga em cima das costas do pobre" os problemas orçamentários do país, enquanto realiza um desmonte dos direitos conquistados pela CLT.
— É preciso fazer ajuste fiscal porque não se pode gastar dinheiro com saúde, educação, transporte, com nada que interesse ao pobre, quando na verdade gastar dinheiro para cuidar da saúde é investimento. Porque uma pessoa saudável não dá prejuízo, ao contrário, dá lucro à nação — disse o petista neste sábado (25), durante reunião com movimentos da periferia de São Paulo.
As declarações vieram como uma resposta às manifestações dos grupos que integraram o evento. Em pouco mais de três horas, representantes de diversos movimentos tiveram um espaço à fala e, apesar dos elogios à gestão do ex-presidente, cobraram que, no Palácio do Planalto, o PT invista mais em ações relacionadas ao desenvolvimento da periferia e do auxílio da comunidade negra do país.
Lula assumiu o compromisso afirmando que se chegar novamente à cadeira presidencial terá que fazer "muito mais" pelo país, já que sua administração será comparada com suas gestões anteriores.
— E eu estou convencido de que a gente tem que fazer muito mais — disse.
Com as eleições de 2022 se aproximando, Lula disse que o pleito do ano que vem vai além dele, e cobrou uma reconstrução do parlamento:
— Se a gente eleger presidente, é preciso deputados e senadores que ajudem a gente a fazer as coisas que precisam ser feitas no Senado.
— Estamos hoje com uma Câmara de Deputados e Senado que, do ponto de vista ideológico, me parecem que é o pior desses últimos cem anos — disse Lula, em crítica à atual composição do Congresso.
Durante o evento, o PT também mostrou que aposta na conquista de um eleitorado mais jovem. Lula defendeu que todos acima de 16 anos deveriam tirar um título de eleitor para votar e participar do processo político.
A presidente nacional do partido, deputada Gleisi Hoffmann (PR), também fez declarações na mesma linha.
— Precisamos conscientizar a juventude. Ela precisa participar do processo político, precisa estar nas organizações políticas e nos partidos políticos e precisa participar do processo eleitoral — afirmou, durante a abertura do evento, ao declarar que a legenda inicia uma campanha para incentivar a juventude a se cadastrar para tirar o título.