A apreensão de R$ 505 mil reais com o prefeito de Cerro Grande do Sul, Gilmar João Alba (PSL), foi citada por senadores na CPI da Covid nesta quarta-feira (1º). Antes de ouvir o depoimento do motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva, o senador Humberto Costa (PT-PE) citou o dinheiro apreendido com o prefeito gaúcho no aeroporto de Congonhas, na última quinta-feira (26), e pediu que o caso seja investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). GZH esteve nesta manhã no município para tentar falar com o prefeito.
— Todos os indícios são de que esse recurso viria para financiar esse ato contra a democracia do dia 7 de setembro — afirmou Costa. — Isso aqui pode ser parte de uma grande articulação política que envolve milhões de reais.
Costa falou sobre o reforço exigido pelo Congresso e pelo STF para garantir a segurança das instituições durante o feriado de 7 de Setembro. No Dia da Independência, são esperados atos a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro no Distrito Federal e na maioria dos Estados.
Segundo o senador pernambucano, o prefeito de Cerro Grande do Sul iria de São Paulo para Brasília em um voo fretado no dia 26. Costa disse que o mandatário gaúcho informou à Polícia Federal que portava consigo R$ 1,5 milhão. No entanto, os policiais encontraram R$ 505 mil com Gilmar João Alba, o Gringo.
— Imaginando que não houvesse um controle da Polícia Federal pelo fato de o voo ser fretado, ele passou com esse montante de dinheiro, foi detido. Disse que portava R$ 1,5 milhão. A Polícia Federal constatou que eram, na verdade, R$ 505 mil. Provavelmente outras pessoas que iriam pegar o avião estavam com o restante — narrou o senador.
Relação com atos antidemocráticos
Em seguida, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), confirmou que vai encaminhar as informações sobre o caso ao ministro Alexandre de Moraes, que investiga os atos antidemocráticos no STF.
— Me estranha um prefeito do interior do Rio Grande do Sul com uma quantidade tão grande de dinheiro sendo detido pela Polícia Federal — afirmou Aziz. — Os indícios são muito fortes de que era para financiar (os atos) do dia 7 de Setembro.
O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), também cobrou que o caso seja investigado pelas autoridades.
— Há indícios fortíssimos de uma vinculação direta, pessoal do prefeito com um dos coordenadores do movimento do dia 7 de Setembro. Isso precisa ser rapidamente investigado.