Depois dos ataques desferidos por Jair Bolsonaro a integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e de suas ameaças à realização das eleições, os chefes dos Três Poderes vão se reunir, nesta quarta-feira ( 14), em busca de uma espécie de trégua política. A reunião será realizada na sede do STF e foi proposta e articulada pelo presidente da Corte, Luiz Fux, que já tinha acertado essa agenda com Bolsonaro. Nesta terça-feira (13), Fux ligou para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para convidá-los para o encontro.
A ideia da conversa é estabelecer uma espécie de compromisso para que os limites da Constituição não sejam cruzados por Executivo, Legislativo e Judiciário e que não haja interferência nas áreas uns dos outros.
Mas, na prática, a conversa deve funcionar como uma tentativa de por freio nos ataques feitos pelo presidente. Fux chegou a dizer isso para Bolsonaro, reclamando das ofensas feitas ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, que também integra o STF, e das ameaças contra o processo eleitoral. Acuado politicamente, Bolsonaro aceitou o encontro.
Mas o presidente Bolsonaro reclamou para Fux contra o que considera um ativismo político do Judiciário. E citou a posição crítica de Barroso contra a chamada PEC do Voto Impresso, que é rejeitada pela maioria dos partidos políticos. Do lado do Congresso, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira também criticam as declarações e ataques feitos pelo presidente.