A Precisa Medicamentos pediu auxílio e cobrou agilidade do Ministério da Saúde na importação da Covaxin citando uma "anuência" da Secretaria Executiva da pasta, conforme e-mail exibido pelo consultor técnico William Santana na CPI da Covid. Ele foi o responsável por analisar a "invoice" (documento com informações fiscais) enviada pela empresa durante a negociação.
No e-mail, de 18 de março, o gerente de Qualidade e Assuntos Regulatórios, Leandro Santos, solicitou apoio à Divisão de Importação do ministério para o embarque das vacinas "com anuência da Secretaria Executiva". Também pediu que os servidores apresentem os documentos para a importação e cobrou "compreensão de todos e celeridade, tendo em vista a situação atual do nosso país". De acordo com Santana, o aval citado no e-mail não é comum nesse tipo de procedimento e que ele não recebeu nenhum comunicado da secretaria.
A CPI da Covid colocou o ex-secretário executivo do ministério Elcio Franco, número 2 de Eduardo Pazuello, no foco da investigação em função das compras da Covaxin. Os senadores suspeitam de um suposto esquema de corrupção envolvendo as compras de doses a preços maiores e com tratativas mais ágeis em relação a outros fabricantes.
Durante o depoimento, o servidor apresentou uma série de erros que identificou nas três versões da "invoice" encaminhadas pela Precisa. Ele ainda pontuou que essa quantidade de incorreções não era comum em outros contratos. No e-mail do dia 16 de março, porém, a empresa encaminhou apenas o contrato assinado com o Ministério da Saúde - a "invoice" foi enviada só no dia 18.