A Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudações (DRCID), da Polícia Civil, investiga ameaças feitas por perfis apócrifos em redes sociais contra a ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB) e sua filha.
A ocorrência policial sobre os fatos foi registrada em 21 de maio. O delegado André Lobo Anicet, titular da DRCID, não comentou o conteúdo das postagens devido ao "sigilo processual". Em mensagem postada nas redes sociais em 2 de junho, Manuela trouxe o caso a público e afirmou que mensagens com ameaças de assassinato foram endereçadas a ela e de estupro contra a sua filha, de apenas cinco anos.
O delegado Anicet disse que, nesta etapa inicial, é fundamental identificar os responsáveis pelas postagens ofensivas. Como eles ocultaram as reais identidades, a Polícia Civil requereu à Justiça a quebra do sigilo telemático das quatro contas utilizadas para os ataques no Facebook.
— Ainda não se tem a autoria (das ameaças). Demandamos autorização judicial para quebrar os perfis que fizeram isso. Está pendente de apreciação judicial. Quando retornar, vamos tentar identificar quem está por trás desses perfis sem nome — diz Anicet.
Ele avalia que, caso os autores das mensagens sejam identificados, é possível enquadrá-los em pelo menos dois delitos: ameaça e crime contra a honra. Ao comentar as ameaças nas redes sociais, Manuela disse que havia procurado as autoridades e desabafou ao ver sua família como alvo.
“São anos vivendo assim. A gente mal toma ar de uma agressão e vem a próxima”, escreveu.
No mesmo texto, além de denunciar as ameaças, ela comentou outro episódio recente que causou desgaste: “Um pai da escola de Laura (cuja identidade conhecemos, o que torna tudo ainda mais cruel) tirou uma fotografia de Laura e a entregou para os grupos que distribuem ódio nas redes. A partir disso, todo o submundo da internet passou a usar a imagem dela para nos agredir. São muitos anos de violência”.
A investigação da Polícia Civil tem foco nas ameaças.
— A notícia que ela (Manuela) nos trouxe não tem a ver com a publicação de fotos. Não dá para ter certeza sobre o que desencadeou as mensagens de ameaça. Não se sabe se tem relação. O que nos interessa é chegar na autoria (das ameaças) — avalia o delegado.
Advogado de Manuela, Lucas Lazari assegura que serão tomadas “as medidas cabíveis para a responsabilização dos criminosos”.
— Na área criminal, representaremos ao Ministério Público para que ajuíze ação penal e, na cível, vamos ajuizar ação de responsabilização— diz o advogado.