Belo Horizonte vive um bom momento no combate ao coronavírus. Com negócios sendo reabertos, o prefeito da cidade, Alexandre Kalil (PSD), credita esse sucesso às medidas de distanciamento social impostas por ele em momentos precisos. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade nesta terça-feira (15), ele falou sobre vacinação, seu futuro na política e comentou sobre o que espera na condução da pandemia no país.
O prefeito da capital mineira disse que não descarta um novo fechamento dos negócios. No momento, a tendência é de reabertura, porém o setor de eventos ainda sofre com medidas mais restritivas. O horário de funcionamento dos estabelecimentos está prestes a receber nova flexibilização, mas Kalil lembra que foi muito criticado pelos comerciantes quando, em janeiro, adotou medidas mais rigorosas do que outras capitais.
— Não vou colocar nenhum caixão nas minhas costas — disse o prefeito.
Apesar do bom momento, a cidade seguirá com cautela, enquanto avança na vacinação.
— O jogo não acabou. O Gre-Nal não acabou, ainda — disse Kalil, fazendo referência ao clássico gaúcho.
Kalil lembrou de seu passado no esporte, quando era presidente do Atlético-MG e fez amizade com o ex-presidente e ídolo do Grêmio, Fábio Koff.
O prefeito disse que não pretende voltar a ocupar cargos no esporte e revelou que não descarta uma nova candidatura na política após o atual cargo que assume na capital de Minas Gerais.
Controle na capital mineira
Kalil revelou que, no momento, 55% dos leitos hospitalares estão ocupados e 75% das UTIs recebem pacientes infectados pela covid-19. O número é baixo, comparado aos registrados no ano passado.
A cidade, que tem uma população de 2,7 milhões de pessoas, já vacinou mais de 1 milhão de cidadãos — 47% da população vacinável já recebeu a primeira dose do imunizante. No momento, pessoas com 56 anos ou mais podem ir aos postos em busca da vacina.
Um problema enfrentado em cidades do Rio Grande do Sul não ocorreu em Belo Horizonte. Kalil disse que foi orientado por sua equipe a não seguir as instruções do Ministério da Saúde — de aplicar todas as doses que recebesse do Plano Nacional de Imunização (PNI) —, sendo assim, a prefeitura guardou a segunda dose para que não faltasse posteriormente.
Outras prefeituras passaram a seguir este modelo após perceberem que haveria atraso na entrega de mais doses dos imunizantes.
Além destas medidas, Kalil disse que o uso de máscara seguirá obrigatório, com aplicação de multa para quem desrespeitar a regra. E reforçou que se o presidente Jair Bolsonaro realizar uma de suas motociatas, a aplicação da multa será feita, assim como em São Paulo, no último final de semana.