Resumo da sessão
- Gerente-geral da farmacêutica Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, afirmou à CPI da Covid que o governo brasileiro ignorou, entre agosto e setembro de 2020, contratos oferecidos pela empresa que previam 1,5 milhão de doses da vacina ainda em 2020.
- Foram apresentados em três momentos dois tipos de ofertas, de 30 milhões ou 70 milhões de doses do imunizante, que estava em desenvolvimento, com as mesmas condições de compra
- O Brasil só fechou acordo com a Pfizer em 19 de março de 2021
- Carlos Murillo confirmou que as negociações da farmacêutica com o Brasil só avançaram após a promulgação de um projeto de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que previa que o poder público poderia se responsabilizar pelos efeitos da vacinação, conforme exigido pelas farmacêuticas. Na quarta-feira (12), senadores observaram durante sessão da comissão que o governo poderia ter mudado a legislação por meio de uma medida provisória
- O gerente-geral confirmou à CPI da Covid a participação do vereador Carlos Bolsonaro e do assessor especial da Presidência Filipe Martins em reunião com a empresa durante as tratativas sobre a venda de vacina em 7 de dezembro
- Murillo confirmou que o CEO da Pfizer, Albert Bourla, enviou em setembro do ano passado uma carta ao presidente Jair Bolsonaro, na qual falava da proposta feita ao Brasil. A carta foi apresentada à CPI na quarta-feira (12) pelo ex-secretário de Comunicação Social da Presidência Fábio Wajngarten. Também foi encaminhada uma cópia do documento ao vice-presidente da República, Hamilton Mourão, ao então ministro da Casa Civil (hoje Defesa), Walter Braga Netto, ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Foster
- Ele negou ainda que tenha tido uma negociação paralela envolvendo o ex-secretário da Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten para venda de vacinas e confirmou ter conversado por telefone com o ministro da Economia, Paulo Guedes, no ano passado, sobre uma oferta de venda de vacinas da farmacêutica para o país