O gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, rebateu a versão dada na quarta-feira (12) pelo ex-secretário de Comunicação e empresário Fábio Wajngarten sobre participação do filho do presidente e vereador Carlos Bolsonaro em negociações com a farmacêutica. Segundo Murillo disse em depoimento à CPI da Covid, Carlos Bolsonaro participou das reuniões e das tratativas para compras de vacinas, o contrário do que havia dito Wajngarten.
— Após aproximadamente uma hora de reunião, Fábio (Wajngarten) recebeu uma ligação, saiu da sala e retornou. Minutos depois, entram na sala Filipe Garcia Martins, da assessoria internacional da Presidência da República, e Carlos Bolsonaro — relatou Murillo sobre reunião que havia sido realizada na Secretaria de Comunicação da Presidência da República a fim de a empresa ofertar doses de vacinas ao governo brasileiro em setembro do último ano.
O contrato para compra das vacinas só foi fechado em março deste ano. Conforme disse o executivo no depoimento, Wajngarten então teria inteirado Carlos e Martins das tratativas para a importação das vacinas da Pfizer. Na véspera, durante a fala à CPI, Wajngarten disse que nunca foi "próximo de Carlos Bolsonaro".
— Nunca tive intimidade com ele. Nunca tive relação qualquer com ele — afirmara o ex-secretário.
Diante de outras contradições, os senadores presentes pediram inclusive para que Wajngarten fosse preso. O presidente da comissão, entretanto, preferiu remeter os autos para apreciação do Ministério Público.
— Carlos ficou brevemente na reunião e saiu da sala. Filipe Martins ainda permaneceu na reunião. A reunião foi encerrada logo na sequência e as representantes da Pfizer saíram do Palácio do Planalto — narrou o representante da farmacêutica.