O PDT apresentou nesta segunda-feira (8) ao procurador-geral da República, Augusto Aras, pedido de interdição do presidente Jair Bolsonaro pela forma que o chefe do Executivo tem conduzido o combate à pandemia do coronavírus no país.
Na representação, o partido sustenta que as mortes pela covid-19 e as declarações do presidente evidenciam a falta de "discernimento necessário" ou das "capacidades mentais plenas" a Bolsonaro.
Para o PDT, não é "crível que um presidente da República atue com a finalidade de conduzir a população à morte, tudo para confortar seus anseios e seu apreço pelo sofrimento, em detrimento da vida humana", informa.
O pedido avalia como "errática, maledicente e tresloucada" a série de ações do Executivo nacional para conter a disseminação do coronavírus.
De acordo com o texto, "ressoa inconteste que o senhor Jair Messias Bolsonaro não está — ou nunca esteve — na plenitude das suas faculdades mentais, no que se mostra incapaz de medir as consequências de suas ações, notadamente quando age de forma renitente em colocar a vida da população brasileira em risco".
Também segundo o documento, "Bolsonaro age na contramão dos atos que uma pessoa em plena saúde mental agiria, especificamente porque tem a finalidade deliberada de causar danos à população brasileira, conduzindo o país ao abismo com as suas condutas negacionistas e obscurantistas em detrimento da ciência".
A interdição do presidente também é defendida por juristas como Miguel Reale Jr., ex-ministro da Justiça e um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Em março do ano passado-, Reale afirmou que a tentativa de Bolsonaro de, por duas vezes, levar a população às ruas durante era "extremamente grave" e beirava "a configuração de crimes".