O presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar o endurecimento das restrições no combate à pandemia, direcionando, em especial, as críticas ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Para Bolsonaro, o efeito colateral das medidas é mais danoso do que o próprio vírus.
Em sua live semanal, nesta quinta-feira (11), o presidente voltou a apontar os impactos do fechamento das atividades sobre o emprego, tendo como potencial consequência, segundo ele, o aumento das tensões sociais. Também criticou a decisão do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, de restringir o acesso às ruas entre 22h e 5h.
— Isso é estado de sítio, o que compete exclusivamente a mim decretar, e ainda com autorização do Congresso Nacional. Isso é um crime o que o governo do DF está fazendo.
O presidente afirmou ainda que não quer ser acusado de estimular a violência, mas disse que vê "problemas sérios" pela frente.
— Nós sabemos quem está provocando esse problema — afirmou o presidente, numa referência aos governadores que decretaram restrições. — Temos um ano de "lockdowns" e o vírus continua aí — declarou.
"Gripezinha"
O presidente também disse, na live, que nunca se referiu à covid-19 como uma "gripezinha" nem minimizou a gravidade da doença.
— Eu quero aqui, rapidamente, dar uma entrada, em especial àqueles que nos criticam sem qualquer base. "Ah, o governo abandonou no tratamento ao covid, ah, ele é antivacina, ele falou que era uma gripezinha". Estou esperando alguém mostrar um áudio ou um vídeo dizendo que era uma gripezinha. Estou esperando — declarou.
No dia 26 de novembro de 2020, porém, conforme amplamente divulgado pela imprensa nacional e internacional, Bolsonaro declarou que "depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar". Naquele mês, o Brasil já ultrapassava a marca de 160 mil mortos pela covid-19.
Vacinação
Sem dar detalhes, o presidente afirmou ainda que o Brasil terá disponibilizado à população um total de 400 milhões de vacinas contra a covid-19 até o fim do ano.
— Até o final deste ano, de forma escalonada, teremos 400 milhões de doses de vacina contratadas por várias empresas — disse Bolsonaro.
A promessa já havido feita pelo presidente na quarta-feira (10), quando o chefe do Executivo mudou o discurso em defesa da imunização. Em ocasiões anteriores, Bolsonaro havia dito que não tomaria a vacina e até comemorado a suspensão de testes após a morte de um voluntário.