Em nota divulgada nesta quinta-feira (21), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que contraiu coronavírus em dezembro. O petista retornou ao Brasil nesta quarta-feira (20), após 30 dias de viagem a Cuba, onde recebeu os cuidados para a covid-19. Por estar fora do país, o ex-presidente afirma que decidiu comunicar a doença apenas na volta, "para preservar sua família e dos demais infectados".
Lula estava em Cuba desde 21 de dezembro, para participar do início das gravações de um documentário sobre a América Latina, produzido e dirigido pelo cineasta norte-americano Oliver Stone.
Seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para viagens internacionais, o ex-presidente, sua esposa Janja e os sete integrantes da comitiva foram submetidos a exames de diagnóstico da covid-19 no Brasil, antes de viajar, e na data da chegada a Cuba, em 21 de dezembro.
"O teste de RT-PCR, obedecendo os protocolos cubanos para detectar infecções trazidas de outros países, foi repetido dia 26 de dezembro. Estes exames apontaram positivo para a covid-19 do ex-presidente e de outros membros da equipe, confirmando serem casos importados através da investigação epidemiológica. Todos os nove membros da comitiva, exceto a jornalista Nicole Briones, tiveram diagnóstico positivo ao longo do monitoramento com RT-PCR. Todos permaneceram em isolamento sob vigilância sanitária, de acordo com diagnóstico, respeitando os protocolos do sistema de saúde cubano", diz a nota.
O ex-presidente não necessitou de internação hospitalar, assim como os demais membros da equipe, exceto o escritor Fernando Morais, que permaneceu sob cuidados hospitalares pelo período de 14 dias, por complicações pulmonares.
O médico infectologista, ex-ministro da Saúde e deputado federal Alexandre Padilha foi comunicado desde o início e acompanhou toda a evolução da doença, em contato direto e diário com os médicos cubanos, que prestaram assistência diuturnamente à toda delegação.
"Ao longo do acompanhamento, o ex-presidente foi diagnosticado em tomografia computadorizada com lesões pulmonares compatíveis com broncopneumonia associada à covid-19, apresentando excelente recuperação", segundo o texto.
Lula agradeceu ao "cuidado diário" de profissionais da saúde do governo cubano, ressaltando o trabalho de profissionais da área no Brasil e de pesquisadores dos institutos Butantan e Fiocruz, que representam a "única saída nessa pandemia que vitimou milhares de brasileiros". O ex-presidente afirmou também que está "preparado" para receber a vacina.
"Estou preparado pra tomar a vacina, assim que tivermos vacina para todos. Sigo esperando minha vez na fila, com o braço à disposição para tomar assim que puder. E enquanto todos não se vacinam, vou continuar com máscara, evitando aglomerações e passando muito álcool gel", disse Lula.
Reunião com presidente cubano e filmagens suspensas
"Diante das circunstâncias", as filmagens do documentário foram suspensas em consenso com o cineasta Oliver Stone, e as gravações adiadas para uma "data futura", quando as condições sanitárias permitirem, finaliza a nota.
Em Cuba, Lula decidiu cancelar as atividades e, após a alta epidemiológica, ao fim da viagem, se reuniu apenas com o presidente cubano Miguel Díaz-Canel, o primeiro secretário do Partido Comunista de Cuba, Raul Castro, o primeiro ministro de Cuba, Manuel Marrero, e com o chanceler Bruno Rodriguez.