O chanceler indiano, Subrahmanyam Jaishankar, informou ao ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, que não pode enviar imediatamente ao Brasil a carga de 2 milhões de doses de vacinas da AstraZeneca/Oxford, conforme pedido feito pelo presidente Jair Bolsonaro. A informação foi confirmada pelo Itamaraty.
Em entrevista à TV Bandeirantes, Bolsonaro também confirmou o atraso. Ele disse que o voo da Azul que irá buscar as vacinas deverá partir em "dois ou três dias".
— Está tudo acertado para disponibilizar dois milhões de doses, mas hoje está começando a vacinação na Índia, um país com 1 bilhão de 300 milhões de habitantes. Se resolveu, não foi decisão nossa, adiar em dois ou três dias. Daqui a dois ou três dias no máximo, o avião vai partir e vai trazer as vacinas para cá — afirmou Bolsonaro.
De acordo com o Itamaraty, Jaishankar manifestou a intenção de atender o pedido brasileiro “nos próximos dias”, mas não indicou data para que as doses sejam liberadas.
O chanceler indiano atribuiu o atraso na liberação a “problemas logísticos” decorrentes das dificuldades de conciliar o início da campanha de vacinação no país de mais de 1,3 bilhão de habitantes ao fornecimento de imunizantes para outras nações.
Mais cedo, o Ministério da Saúde havia informado que o avião comercial adaptado para ir a Índia buscar os insumos ainda irá decolar esta noite de Recife, rumo ao país asiático. O voo foi cancelado no final da tarde desta sexta. Para poder iniciar a vacinação na semana que vem, o ministério requisitou ao Instituto Butantan 6 milhões de doses da vacina Coronavac (Sinovac), que estão em São Paulo.