Em confraternização de fim de ano das Forças Armadas, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (9) que vê na caserna um "conforto" em caso de "qualquer imprevisto". O chefe do Executivo participou de almoço com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e comandantes das Forças Armadas. O evento ocorreu no Clube da Aeronáutica de Brasília. O vice-presidente Hamilton Mourão e ministros palacianos também participaram da confraternização.
— Os momentos de conforto que eu tenho em grande parte é pela certeza de que, em havendo qualquer imprevisto, as Forças Armadas estão prontas para cumprir com o seu dever e ajudar o próximo — afirmou.
Bolsonaro lembrou que o início de sua gestão foi marcado por "uma situação bastante triste" envolvendo o desastre ambiental de Brumadinho, que contou com apoio das Forças Armadas.
Apesar da tendência de aumento de casos do coronavírus e das mais de 178 mil mortes pela doença no Brasil, Bolsonaro disse no evento que o país se saiu "bem" na questão da pandemia.
— Buscam com lupa possíveis defeitos. Buscam de todas as maneiras até mesmo nos desacreditar e passamos um momento dificílimo com a pandemia. Juntamente com os nossos outros colegas, ministros civis, nos comportamos muito bem, não só na questão da economia, bem como na busca de diminuir o sofrimento de nossos irmãos — declarou.
Ele citou ainda a atuação dos militares em novembro durante o apagão no Amapá.
— Quem nos dois episódios (Amapá e Brumadinho) estava na frente para buscar melhorar a dor dos nossos irmãos eram os militares e isso nos orgulha — disse.
Em um aceno à Mourão, o chefe do Executivo destacou que a presidência e vice-presidência são ocupadas por militares.
— O Brasil olha para nós. Tem um presidente e um vice que são militares — observou.
Em tom otimista, o presidente afirmou que o ano que vem será "muito melhor do que 2020". Em seu discurso, Bolsonaro ainda destacou que deseja entregar um Brasil melhor para que substituí-lo:
— Peço a Deus que nós tenhamos assumido esse governo para que não fiquemos eternamente, mas que as nossas missões, os nossos exemplos, os dois anos sem qualquer indício de corrupção, façam a diferença.
Cerca de 75 pessoas participaram do almoço, que normalmente é um evento de fim de ano para mais de 300 convidados com a participação de todos os oficiais generais. Neste ano, devido às restrições do coronavírus, o evento reuniu apenas generais quatro estrelas, além de ministros e assessores militares. Diagnosticado com a covid-19 e ainda se recuperando de uma cirurgia no fêmur, o general Edson Leal Pujol, do Exército, não compareceu ao evento.
Em seu discurso, Fernando Azevedo ressaltou e agradeceu a atenção de Bolsonaro com a área da Defesa:
— Reconhecemos o claro empenho do seu capital político para viabilizar importantes soluções na área da defesa.
O ministro citou que o governo tem apoiado iniciativas de "modernização permanente do instrumento militar".
— A paz não é uma garantia, é uma conquista. Evitar conflitos é o trabalho mais nobre que temos o dever de fazer. Até agora, a estratégia da dissuasão e da presença adotada no Brasil tem sido uma opção segura. Devemos persistir neste caminho — salientou Azevedo.
O comandante da Aeronáutica, Antonio Carlos Bermudez, anfitrião do encontro, também falou em nome dos militares no evento e destacou a vitória democrática de Bolsonaro nas eleições de 2018.
— Ao ganhar democraticamente as eleições presidenciais, o senhor (Bolsonaro) recebeu do povo a confiança para liderar essa nação e assumiu o compromisso de garantir uma vida mais digna a nossa gente, plena de oportunidade — citou.
E acrescentou:
— As Forças Armadas acreditam que somente uma nação livre tem assegurada a certeza de um desenvolvimento condigno. Afirmamos que estaremos juntos e fortes cumprindo as missões que nos forem designadas para que o nosso Brasil possa permanecer em voo estável e ascendente rumo ao futuro que todos desejamos.