O presidente Jair Bolsonaro dedicou o seu discurso em evento no Palácio do Planalto, na tarde desta terça-feira (10), para fazer novas críticas ao combate à pandemia do coronavírus no Brasil. Ao voltar a defender a retomada das atividades nas cidades, ele disse:
— Tudo agora é pandemia. Tem que acabar com esse negócio. Lamento as mortes, lamento, todos nós vamos morrer um dia, todo mundo vai morrer. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas. Olha que prato cheio para a imprensa. Para a urubuzada que está aí atrás. Temos que enfrentar, de peito aberto, lutar.
Essa declaração foi feita após Bolsonaro afirmar que o Brasil "não terá oportunidade de buscar mudança". Segundo ele mesmo, foi um "desabafo" sobre as dificuldades em governar o país:
— O que faltou para nós não foi um líder, faltou deixar o líder trabalhar, porque eu fui eleito para isso. Imagina se tivesse o (petista Fernando) Haddad no meu lugar, ou o governador de São Paulo (João Doria, do PSDB) no meu lugar. Que desgraça que estaria este país. Semelhante à Argentina, que fechou tudo? Certamente o Rio Grande do Sul vai virar uma nova Roraima (em referência à migração em massa de venezuelanos para o Estado do norte do país). Não queremos isso. Rivalidade com a Argentina, só queremos no futebol.
O evento foi realizado para marcar o que o governo federal chama de uma retomada "gradual e segura" das atividades turísticas no Brasil. Durante o feriado de Finados, Bolsonaro visitou a ilha de Fernando de Noronha, que foi citada por ele como um exemplo do que precisava ser feito para retomar a economia turística no Brasil, mas que tinha dificuldade de emplacar suas ideias devido a entraves políticos. Ele defendeu, por exemplo, um plebiscito para que a ilha decida se quer ser federalizada ou se manter sob a égide do governo de Pernambuco.
No discurso, que durou cerca de 20 minutos, Bolsonaro aproveitou para criticar as articulações de lideranças para emplacar um "nome de centro" para a candidatura presidencial em 2022:
— Nós temos que buscar mudança. Não teremos outra oportunidade. Aí vem uma turminha dizendo "queremos o centro, nem ódio pra cá, nem ódio pra lá". Ódio é coisa de marica, pô. No meu tempo de bullying na escola era porrada. Agora, se chamar o cara de gordo, é bullying. Nós temos que mudar o destino do Brasil. Não terão outra oportunidade.