Em conversa com apoiadores na noite desta quarta-feira (28), o presidente Jair Bolsonaro afirmou não entender as recentes ampliações de restrições adotadas na França e Alemanha por conta da covid-19. Bolsonaro reforçou que é preciso "enfrentar" o vírus.
França e Alemanha vivenciam atualmente uma segunda onda de contágio do coronavírus. O governo francês anunciou novo confinamento nacional para conter o aumento de casos a partir desta sexta-feira (30) e pelo menos até 1º de dezembro. Já a Alemanha terá uma paralisação parcial.
— Olha, eu não consigo entender uma medida como essa porque tá aí o vírus. Vai ter que enfrentá-lo. Tá de máscara, tudo bem, mas daqui a pouco nada disso vai tá livre dele vírus (sic) — disse Bolsonaro para um grupo de pessoas em frente ao Palácio da Alvorada.
Na terça-feira (27), a França registrou 527 mortes por covid-19. O presidente Emmanuel Macron disse que a segunda onda "sem dúvida será mais difícil e mortal do que a primeira", que deixou 30 mil mortos no país.
Bolsonaro reforçou sua defesa contra medidas de isolamento dizendo que desde o início da pandemia alertava que a política do "fica em casa" estava errada. Bolsonaro ressaltou que as medidas de isolamento serviram "só para bagunçar a economia".
— O objetivo do isolamento social, que tá errado, eu falei que estava errado desde aquele momento, serviu só para bagunçar com economia, e era para fazer com que não houvesse muita contaminação ao mesmo tempo para não saturar hospital — disse.
Vacina
O presidente voltou a defender que a vacinação, quando um imunizante contra a doença estiver disponível, não seja obrigatória. Ele afirmou, contudo, que uma "vacina boa" terá adesão da população. Na semana passada, o presidente endureceu críticas em relação à vacina chinesa, Coronavac, e sinalizou que mesmo com a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o governo não compraria o imunizante.
— Uma vacina boa o pessoal vai tomar. Agora, obrigar a tomar essa ou aquela, aí começa a cheirar interesses outros, que prefiro não comentar aí — disse. Na conversa com apoiadores, Bolsonaro repetiu críticas ao desafeto político, governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Doria foi chamado de "lunático" pelo presidente.