Acompanhado de um lado pela sua equipe econômica e de outro pelos seus articuladores políticos, o governador Eduardo Leite terá uma sexta-feira e um fim de semana decisivos para fechar a nova proposta de reforma tributária estadual. A série de mudanças no projeto original, produzida a partir de sugestões de deputados aliados e setores econômicos, está sendo condensada em uma grande emenda por meio da qual o governo espera reverter o ambiente político desfavorável.
— O projeto não seguirá com o mesmo conteúdo. Se alguém diz que vota contra o Projeto de Lei 184 (reforma tributária) porque tal item não agrada, pode mudar. O governo do Estado está preparando (uma emenda com) o que é possível de ser melhorado. A gente espera começar a semana que vem com definições — indica Frederico Antunes, líder do governo na Assembleia Legislativa.
A equação para garantir simultaneamente apoio político e viabilidade fiscal é complexa. De um lado, a ala política do governo, representada por Antunes e pelo chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, vem recolhendo críticas e sugestões de aliados e de grupos econômicos. A posição dessas entidades – como Fecomércio, Fiergs e Farsul – tem influência direta no voto de parte dos deputados.
De outro lado, a equipe econômica do governo faz e refaz os cálculos sobre os impactos e compensações necessárias para cada um dos pedidos, tentando evitar que a reforma seja exageradamente desidratada.
Para reforçar a articulação, Leite cancelou duas agendas presenciais que teria no interior do Estado entre esta quinta (10) e a sexta-feira (11). Na próxima semana, a tendência é de que não participe de parte das reuniões ordinárias de governo para se dedicar quase que exclusivamente à articulação e ao fechamento do texto que será levado ao plenário da Assembleia.
O governo deseja viabilizar a votação do texto já na próxima semana, mas, nos bastidores, admite adiar a apreciação para o dia 23. Para valer em 2021, a reforma precisa ser aprovada e sancionada ainda em setembro.